Mulheres correm menor risco de infartar?
Já foi o tempo em que se acreditava que a ala feminina estava praticamente livre de males cardíacos
Embora a incidência ainda seja maior entre os homens, uma em cada três mulheres acima de 60 anos sofre com o coração — com a agravante de esses eventos serem mais fatais do que quando atingem a ala masculina. Outra diferença é que nelas os sinais de falhas cardíacas acontecem em média dez anos depois do que nos marmanjos. A explicação para essa proteção temporária está nos hormônios. O masculino, a testosterona, está ligado à produção de uma enzima que diminui o HDL, o colesterol bom, aquele associado à limpeza das artérias. Sem esse boicote, essa fração costuma ser de 10 a 15% mais alta nas mulheres. Além disso, o hormônio feminino estrogênio reprime a atuação do colesterol LDL, o causador de entupimentos.
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A questão é que essa proteção míngua na menopausa, quando cessa a fabricação do estrogênio. Daí que às ondas de calor, desânimo e, muitas vezes, ansiedade e depressão somam-se os danos às artérias. A ausência do hormônio repercute também no endotélio, camada que reveste a parte de dentro dos vasos. Ele tende a exagerar na contração, elevando a pressão arterial. Na fase madura fica também mais difícil se livrar dos quilos extras, até porque a inatividade física é comum entre as integrantes do sexo feminino com mais de três décadas de vida. Ou seja, a obesidade e o sedentarismo aumentam a lista de más influências na saúde cardiovascular. Se a mulher for fumante, então, o risco decola. Para escapar dos aborrecimentos, o jeito é se prevenir com uma dieta menos calórica, salgada e gordurosa, exercícios físicos e, claro, exames periódicos para checar a quantas andam a pressão, o colesterol e o próprio coração.