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Minoxidil: o que é, para que serve, quais os riscos e o que tem na bula

Usado contra a queda de cabelo, o minoxidil também é indicado para a barba - e vem em diferentes formulações. Conheça benefícios e efeitos colaterais

Por Lucas Rocha
Atualizado em 19 dez 2023, 16h53 - Publicado em 19 dez 2023, 15h37
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  • A perda de cabelo, também chamada de alopecia ou calvície, é um dos principais motivos que levam pessoas aos consultórios de dermatologia. E o minoxidil (que pode vir em formulações tópicas ou orais) está entre os tratamentos mais comuns para fazer crescer o cabelo e a barba.

    Mas especialistas alertam que o uso do fármaco sem orientação médica apresenta riscos para a saúde. Entenda como funciona o minoxidil, veja os potenciais efeitos colaterais descritos em bula e saiba quais são os principais tipos de queda de cabelo.

    O que é minoxidil e para que serve?

    O minoxidil foi criado originalmente para o tratamento da hipertensão há mais de 50 anos, em versão oral. Ele faz parte da classe dos vasodilatadores, que, como o nome sugere, dilatam os vasos sanguíneos.

    Mas, com o tempo, observou-se que os pacientes apresentaram um efeito colateral de crescimento e escurecimento de pelos finos do corpo. Os cientistas, então, formularam uma versão de uso tópico para o tratamento da alopecia androgenética, também conhecida como calvície comum. Mulheres tendem a usar a concentração de 2%, enquanto homens, de 5%, sempre a critério médico.

    “Ainda hoje, o minoxidil continua sendo o principal produto tópico para a queda de cabelo. Os trabalhos mostraram mais recentemente que baixas doses via oral também podem ser utilizadas para essas formas de alopecia. Mas existem alguns cuidados [saiba mais na sequência]“, afirma a médica dermatologista Fabiane Brenner,  membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

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    Minoxidil pode ser usado nas formas oral e tópica (Foto: Freepik/Divulgação)

    As indicações são várias, e envolvem crescimento do cabelo, da barba ou de pelos de maneira geral.

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    “Em dermatologia, tem-se usado minoxidil para o tratamento de alguns casos de redução de volume dos cabelos, principalmente alopecia androgenética e as perdas após quimioterapia ou terapias anti-androgênicas em pacientes com câncer”, complementa a dermatologista Nádia Aires, do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.

    + Leia também: Alopecia areata: doença que causa perda de cabelos ganha novo remédio

    Como deve ser usado o minoxidil?

    Para começo de conversa, só aplique esse produto sob orientação médica. Só o especialista consegue determinar a dose e a forma de uso adequadas a cada caso.

    “A decisão sobre a duração e o tipo de tratamento, seja ele contínuo ou em períodos mais curtos, deve ser personalizada e baseada na avaliação do médico. Fatores como o grau e tipo de queda de cabelo desempenham um papel crucial no plano de tratamento, destacando a importância de uma abordagem individualizada e acompanhamento médico regular”, afirma Rosemarie Mazzuco, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção Rio Grande do Sul (SBD-RS).

    Como dito, há formulações tópicas ou orais do minoxidil. “A versão tópica geralmente é bem tolerada, com poucos efeitos adversos. Alguns pacientes se queixam da cosmética do produto que gruda os fios de cabelo”, afirma Nádia. “Já o minoxidil oral é mais fácil de usar, mas pode ter efeitos adversos, como aumento de pelos no corpo, inchaço e queda de pressão”, pondera.

    A posologia varia de uma pessoa para outra. “O minoxidil tópico é, em geral, usado no couro cabeludo seco duas vezes ao dia em homens. Em mulheres, a aplicação ocorre só uma vez ao dia”, explica Nádia.

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    A formulação oral geralmente é usada uma vez ao dia, sendo a dosagem ajustada pelo dermatologista. Mas essa forma de uso dividie especialistas, uma vez que teria maior efeito de baixar a pressão.

    + Leia também: Quando a queda de cabelo é considerada calvície?

    Qual é o efeito do minoxidil?

    O minoxidil amplia a fase de crescimento do cabelo, bem como aumenta o número de folículos pilosos. Essa combinação contribui para a recuperação do volume dos cabelos.

    Mas como isso acontece? Apesar de décadas de uso, o mecanismo de ação do minoxidil sobre a perda de cabelos não é totalmente esclarecido.

    Estudos descrevem que o fármaco alarga os vasos sanguíneos ao mesmo tempo em que abre canais de potássio, o que permitiria a entrada de mais oxigênio, sangue e nutrientes ao folículo capilar.

    Outra hipótese é que a sua ação estimularia a queda dos folículos em uma fase específica do crescimento capilar, o que abriria espaço para pelos novos e mais grossos.

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    + Leia também: Identificar o tipo de calvície é essencial para o tratamento dar certo

    Quanto tempo demora para o minoxidil fazer efeito?

    O efeito do minoxidil demora a aparecer e esse prazo varia de uma pessoa para outra.

    “Nas primeiras duas a oito semanas de uso, pode ocorrer um aumento da queda dos cabelos, chamado de shedding. Normalmente os efeitos do minoxidil serão avaliados em seis meses”, diz Nádia.

    E tem um porém. “Ele perde seu efeito após o uso. Quando se retira o minoxidil, a densidade do cabelo diminui novamente”, alerta Fabiane.

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    Minoxidil também é utilizado para potencializar o crescimento da barba (Foto: Drobotdean/Freepik/Divulgação)

    Quais os riscos de usar minoxidil?

    As reações adversas mais comuns da formulação tópica estão associadas à irritação ou dermatite de contato no couro cabeludo, um tipo de inflamação.

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    “No caso do minoxidil oral em baixas doses, podem ocorrer hipertricose, que é o aumento de pelos em face e corpo”, diz Nádia. Alguns usuários podem apresentar ainda inchaço na face, nas pálpebras e nas pernas, além de quedas abruptas de pressão arterial pelo movimento, quadro conhecido como hipotensão postural.

    “O efeito colateral mais comum da versão tópica é a alergia, principalmente ao propilenoglicol, composto que está na maioria das apresentações do produto. Quando isso acontece, trocamos por uma opção sem a substância”, afirma o dermatologista Bruno de Castro, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

    Vale reforçar que a automedicação para tratar a perda de cabelo é contraindicada, devido aos riscos à saúde.

    + Leia também: O papel das vitaminas no tratamento da calvície

    Quais são as contraindicações, quem não pode usar minoxidil?

    O minoxidil é contraindicado em quem hipersensibilidade ao produto.

    “Pacientes com doenças cardíacas devem consultar o seu cardiologista antes de iniciar a terapia. A medicação precisa ser prescrita e seus efeitos acompanhados pelo dermatologista”, pontua Nádia.

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    Diferentes tipos de perda de cabelo

    O problema é classificado em duas categorias, de acordo com artigo publicado no periódico científico Journal of the American Medical Association (JAMA).

    No tipo cicatricial, a destruição dos pelos é permanente. No modo não cicatricial, o crescimento dos fios é reduzido ou acontece de maneira mais lenta e os danos são reparáveis.

    A alopecia não cicatricial, considerada a forma mais comum, pode ser classificada como padronizada, difusa ou focal. A descrição tem como base a distribuição da perda de cabelo.

    Na queda padronizada, há um afinamento simétrico e progressivo dos fios, com destaque para a frente, a parte superior e as laterais do couro cabeludo. A versão difusa consiste na perda de maneira uniforme, enquanto a focal ocorre em formatos de manchas.

    Bula do minoxidil

    A bula do minoxidil pode ajudar a realizar o tratamento de maneira segura. O documento inclui dados como modo de usar, posologia, armazenamento, possíveis efeitos colaterais e contraindicações.

    Acesse as bulas de diferentes marcas e formulações disponibilizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aqui.

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