Metanol: o que é, quais os perigos e o que fazer em caso de intoxicação
Tipo de álcool extremamente tóxico ao organismo humano pode causar cegueira e até matar

No final do mês de setembro de 2025, casos de intoxicação por metanol no estado de São Paulo levantaram alerta em todo o país sobre os riscos dessa substância, que pode surgir em versões falsificadas de bebidas alcoólicas.
Entenda melhor o que é o metanol, quais os riscos à saúde e o que fazer para prevenir e tratar eventuais intoxicações.
O que é o metanol?
O metanol é um tipo de álcool. Embora exista naturalmente em frutas, vegetais e até no nosso corpo (em quantidades extremamente reduzidas), ele se torna altamente tóxico e até fatal quando está em concentrações elevadas no organismo.
Também chamado de álcool metílico, ele não deve ser ingerido. Quimicamente, ele se diferencia do etanol (ou álcool etílico), presente nas bebidas que consumimos, pelo número de átomos de carbono em suas moléculas: o metanol tem uma, enquanto o etanol tem duas. Isso também altera a forma como cada álcool é metabolizado no corpo.
O metanol aparece durante processos de destilação de bebidas alcoólicas e, em condições adequadas de fabricação, é descartado. No entanto, bebidas falsificadas, adulteradas ou produzidas de forma caseira e sem o conhecimento técnico suficiente podem acabar chegando ao mercado com o metanol ainda presente.
Quais os riscos do metanol à saúde?
Quando ingerido, o metanol é convertido pelo nosso metabolismo em ácido fórmico, uma substância que afeta a oxigenação celular e provoca uma série de problemas sistêmicos. Um dos sinais mais característicos é a cegueira, que pode ser temporária ou permanente, conforme o nível da intoxicação e a rapidez do tratamento.
O excesso de ácido fórmico no organismo leva a um problema chamado de acidose metabólica. Em concentrações mais elevadas, isso pode levar à morte.
+Leia também: Qual a diferença entre intoxicação por metanol e embriaguez?
Existe maneira de se prevenir de uma intoxicação por metanol?
Não existe uma maneira rápida de distinguir o metanol do etanol na bebida que você está consumindo. Testes em laboratório podem fazer essa diferenciação, mas, no bar, os dois álcoois tem características semelhantes: são líquidos, incolores, inflamáveis e têm cheiro e gosto parecidos.
No momento, a única maneira de se proteger de uma intoxicação acidental por metanol é evitar consumir bebidas de procedência desconhecida em locais que já registraram o surto.
O grande foco de perigo está nos destilados, independentemente do tipo. Já foram registrados casos associados a bebidas (ou drinks feitos com elas) que eram vendidas como gin, uísque e vodca, entre outros.
O que fazer em caso de intoxicação por metanol?
Pessoas com suspeita de intoxicação por metanol devem procurar um serviço de saúde imediatamente. Fique atento a sintomas que surgem de 12 a 24 horas após a ingestão da bebida, e que não parecem melhorar com o tempo.
Além de um mal-estar mais intenso do que uma ressaca típica, o aparecimento de problemas oculares, como visão turva ou a própria cegueira são característicos de uma ingestão de metanol.
O tratamento é feito com medicamentos que atuam como antídoto, como o fomepizol ou até mesmo a aplicação de etanol puro intravenoso. Casos mais graves também podem requerer hemodiálise.
Vale destacar, porém, que serviços de saúde muitas vezes não dispõem dos antídotos para o metanol em estoque suficiente, o que reforça a necessidade de cuidados que evitem a intoxicação em primeiro lugar, devido à dificuldade de tratamento.