Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Meningite eosinofílica: verme é encontrado em caramujo no RJ

Com os moluscos como hospedeiros típicos, parasita pode provocar inflamação cerebral potencialmente fatal. Confirmação veio após morte suspeita em abril

Por Maurício Brum
1 jul 2024, 13h56
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Instituto Oswaldo Cruz confirmou, neste início de semana, que um verme causador da meningite eosinofílica foi encontrado em um caramujo em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A investigação foi solicitada pelo município após uma morte suspeita, registrada em abril.

    Publicidade

    Com a confirmação da doença, autoridades sanitárias reforçam a importância de aprender a identificar o vetor da doença, bem como adotar medidas preventivas para não sofrer com esse tipo evitável de meningite.

    Publicidade

    O que é a meningite eosinofílica

    Meningites, de modo geral, são doenças que se referem à inflamação das meninges, membranas presentes no interior do crânio que ajudam a proteger o cérebro. Meningites podem ocorrer por diferentes razões, como vírus e bactérias — a eosinofílica é provocada por um verme da espécie Angiostrongylus cantonensis, encontrado em moluscos.

    +Leia também: Meningite eosinofílica: fique alerta à doença transmitida por caramujo

    Publicidade

    Os sintomas costumam ser comuns a outros tipos de meningite: dor de cabeça, náusea, vômitos, febre, e uma rigidez característica na nuca que dificulta o movimento do pescoço. Para diferenciar de quadros semelhantes, é necessário um exame do líquor, obtido através de punção lombar.

    Continua após a publicidade

    O tratamento é feito em ambiente hospitalar, buscando aliviar os sintomas, reduzir a inflamação no cérebro e eliminar o parasita.

    Publicidade

    Como prevenir o contágio

    O ciclo de transmissão da meningite eosinofílica envolve diferentes espécies: as larvas começam nas fezes de roedores, que são então ingeridas por moluscos – especialmente caramujos, mas não só eles. A partir daí, os moluscos contaminados se tornam vetores de contaminação, eliminando o verme em suas secreções.

    A contaminação de seres humanos se dá de forma acidental, seja pela ingestão (direta ou indireta) dos moluscos contaminados ou de frutas, verduras e legumes que tiveram contato com suas secreções.

    Publicidade

    A maneira de prevenir a contaminação é lavar bem os alimentos in natura que podem ter tido contato com os caramujos, caracóis ou lesmas, e cozinhar por completo qualquer carne de animal que possa ter se alimentado desses moluscos (ou cozinhar bem os próprios moluscos, na hipótese mais rara de comê-los diretamente).

    Continua após a publicidade

    Tem diferença entre caracol e caramujo?

    Caracóis e caramujos podem ser visualmente diferentes. Além disso, em geral utilizamos o termo “caracol” para aqueles de hábitos terrestres, enquanto “caramujos” são mais aquáticos. Só que, no caso da meningite eosinofílica, essa distinção não é relevante: qualquer molusco pode ser hospedeiro do verme, uma lista que também inclui, por exemplo, as lesmas que não têm concha externa – ao contrário dos outros dois.

    Publicidade

    Ainda assim, vale ter em mente que o principal vetor do verme no Brasil é o caramujo gigante africano (Achatina fulica), utilizado tipicamente para a preparação do escargot. Ele é uma espécie invasora, que não existia no país, e foi trazido para cá nos anos 1980 por produtores que queriam difundir esse prato entre os brasileiros.

    A empreitada gastronômica fracassou e os caramujos foram espalhados pela natureza. Hoje, estão presentes em quase todo o país.

    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 14,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.