No início do ano, um barbeiro foi identificado em São Paulo, em uma área próxima ao Parque do Estado, na zona sul da capital paulista.
A descoberta gerou um alerta porque os triatomíneos que se alimentam de sangue, popularmente conhecidos como barbeiros, costumam viver em zonas rurais. E o espécime estava infectado com o Trypanosoma cruzi, parasita que causa a doença de Chagas.
“A infecção é uma zoonose negligenciada, que merece mais atenção pois acomete uma parcela significativa da população, e, com o desequilíbrio ecológico, os triatomíneos estão se urbanizando”, explica a veterinária Simone Baldini Lucheis, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu.
“É preciso conduzir buscas ativas nesses locais e orientar a população sobre a doença e a necessidade de comunicar as autoridades para capturar esses insetos”, completa.
O papel do planejamento urbano na transmissão de doenças
As zoonoses tendem a se tornar mais comuns, com a introdução de doenças que antes ficavam restritas às zonas de mata.
A combinação de desmatamento e expansão desenfreada das fronteiras urbanas faz com que seus transmissores acabem se aproximando em busca de comida e abrigo.
As mudanças climáticas e a falta de infraestrutura e de saneamento básico nas regiões periféricas só pioram a situação.