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Gripe: o que é, principais sintomas e tratamentos

Preparamos um guia completo com tudo o que você precisa saber sobre uma das doenças respiratórias mais comuns do mundo

Por Lucas Rocha
23 jul 2024, 10h35
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  • Da mais tenra infância aos nossos últimos dias, estamos suscetíveis à infecção pelo vírus influenza, causador da gripe comum.

    Os sintomas incluem febre, dor de garganta, tosse e dor no corpo. Em geral, a doença respiratória evolui bem, com recuperação em poucos dias.

    No entanto, ela pode ser mais grave para os extremos de idade, como crianças pequenas e idosos, além de gestantes e pessoas com comorbidades. A pneumonia é a principal complicação, associada ao alto número de internações hospitalares.

    Dúvidas sobre sintomas, riscos, tratamentos e vacinação? Preparamos um guia completo com tudo o que você precisa saber sobre o agravo.

    + Leia também: Entenda como a asma afeta o organismo humano

    O que é a gripe?

    A gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza. Amplamente distribuído pelo mundo, o micro-organismo apresenta uma alta capacidade de mutação, o que faz com que existam diversas linhagens circulando por aí e exige a atualização constante das vacinas.

    A incidência de casos varia ao longo dos anos e conforme o clima, com predomínio de casos entre outono e inverno, mas a ocorrências de surtos fora do padrão também é possível.

    No Brasil, por exemplo, essa sazonalidade apresenta diferenças entre as regiões. Localidades com estações mais bem definidas, podem concentrar as infecções nos meses mais frios, enquanto em outras podem haver casos em outros meses.

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    Tipos de gripe: H1N1, H3N2, H5N1, influenza B e companhia

    O patógeno é dividido em quatro tipos: A, B, C e D. Os dois primeiros provocam epidemias sazonais, com aumento de casos no inverno. O terceiro é mais raro e leva a infecções mais leves. O influenza D foi identificado em 2011 e isolado nos Estados Unidos em suínos e bovinos, e não se tem registro de infecções ou doença em humanos.

    Você certamente já ouviu essas siglas em algum momento: H1N1, H3N2, H5N1… Pois bem, elas representam subtipos do influenza tipo A, os mais intensamente monitorados no planeta, devido à sua associação com eventos pandêmicos, como aquela que vivenciamos em 2009.

    E a escolha de nomenclatura tem base científica: as cepas são definidas de acordo com as proteínas essenciais do agente, chamadas hemaglutinina (H) e neuraminidase (N).

    + Leia também: Teste para gripe: quando fazer e quais os tipos

    saude-vacina-gripe-campanha-nacional-de-imunizacao-influenza
    Vacina previne o desenvolvimento de quadros graves de gripe (Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF/Divulgação)

    Como ocorre a transmissão da doença?

    A maneira mais comum do contágio pelo influenza é por gotículas contaminadas expelidas ao falar, espirrar ou tossir.

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    O período de incubação, prazo do contato com o vírus até o início dos sintomas, dura de 1 a 4 dias. A fase de maior transmissibilidade se concentra entre as primeiras 24 até 72 horas.

    + Leia também: Por que a vacina da gripe precisa ser reaplicada todos os anos?

    Quais são os principais sintomas da gripe?

    A gripe leva a um quadro febril, com temperatura igual ou acima de 37,8°C, que tende a diminuir após dois ou três dias, e normalizar em torno do sexto dia de evolução. Em geral, ela é mais elevada, persistente e prolongada em crianças.

    O diagnóstico é caracterizado por febre com sintomas respiratórios e ao menos uma manifestação sistêmica, ou seja, que afeta todo o corpo. A gripe também é conhecida por causar um mal-estar generalizado e abrupto, deixando a pessoa “derrubada”. Os sinais costumam aparecer subitamente, tais como:

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    A doença é dividida basicamente em dois quadros:

    Síndrome gripal (SG): febre de início súbito, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos uma das seguintes queixas: dor de cabeça ou no corpo. É a forma mais leve da infecção.

    Síndrome respiratória aguda grave (SRAG): a mesma caracterização da SG, com o acréscimo de falta de ar (dispneia) ou de outros indícios de gravidade, como baixa saturação de oxigênio, desconforto respiratório, aumento da frequência respiratória, pressão baixa, piora nas condições de outras doenças e, em última instância, insuficiência respiratória aguda.

    Devido às chances de complicações, a condição requer tratamento e acompanhamento hospitalar.

    + Leia também: Como fazer lavagem nasal do jeito certo?

    Grupos de risco

    Embora todos estejam vulneráveis ao contágio, os danos ocasionados pela gripe podem ser mais severos para determinados grupos populacionais.

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    Apresentam mais risco de agravamento os idosos, as crianças, as gestantes e as pessoas com comorbidades, como problemas cardíacos e pulmonares, diabetes e alto grau de obesidade.

    Além da pneumonia, as consequências comuns envolvem sinusite, inflamação do ouvido, desidratação e piora de doenças crônicas.

    +Leia tambémInternação de idosos com gripe decola no país

    Gripe, resfriado e pneumonia: como diferenciar?

    Doenças respiratórias têm origem em uma diversidade de micro-organismos. A semelhança entre os sintomas fomenta a dúvida: é gripe ou resfriado? Estou com pneumonia? Vamos dar uma olhada nas principais diferenças:

    Gripe: causada por vírus influenza, produzindo principalmente febre, dor de garganta, coriza, tosse, dor no corpo, lacrimejamento, perda de apetite e indisposição.

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    Resfriado: os principais vilões são o vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus e rinovírus. As encrencas começam pela dor de garganta, febre baixa, espirros, coriza e tosse seca. Vale destacar que os sinais são menos intensos e o quadro dura poucos dias.

    Pneumonia: “É um quadro infeccioso pulmonar, que pode ser causado por bactéria, vírus ou doença autoimune. A gripe pode se apresentar com quadro mais grave e pneumonia, por exemplo”, detalha o infectologista Hélio Bacha, do Hospital Israelita Albert Einstein. Os pacientes têm febre, dor torácica e tosse (acompanhada de catarro nas infecções bacterianas e mais seca nas virais). Em casos mais severos, pode surgir falta de ar. A recomendação diante de sintomas sugestivos é procurar atendimento médico.

    + Leia também: Vitamina C contra as doenças do outono: o que tem de verdade na história?

    Quais são os principais tratamentos contra a gripe?

    Em geral, a infecção é amenizada com medidas que ajudam a suavizar o desconforto e apoiar a recuperação do paciente.

    “A lista inclui repouso, hidratação, medicamentos antivirais de acordo com determinadas indicações e medicamentos para alívio dos principais sintomas”, afirma o pneumologista Bruno Arantes Dias, do Hospital Nove de Julho.

    Apesar de muitos medicamentos e produtos estarem disponíveis em farmácias para que possam ser utilizados para aliviar os sintomas da gripe e de resfriados comuns, é importante usá-los de maneira correta e responsável.

    “Em geral, medicamentos como antitérmicos podem auxiliar no controle da dor no corpo e febre. Os antitussígenos podem controlar a intensidade da tosse, enquanto os anti-histamínicos podem ajudar a aliviar o controle de sintomas como coriza e espirros”, pontua Dias.

    Vale salientar que alguns cuidados são fundamentais:

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    Quando é necessário utilizar antigripais?

    O uso de antigripais, como o oseltamivir, de nome comercial Tamiflu, é indicado em situações específicas e deve ser prescrito por um médico.

    O Ministério da Saúde recomenda o fármaco para todos os casos de síndrome respiratória aguda grave e em síndromes gripais que apresentem condições ou fatores de risco para complicações, como detalha Dias:

    “Pacientes de alto risco, tais como idosos acima 65 anos, crianças menores do que dois anos, gestantes e mulheres até duas semanas após o parto e pessoas como condições médicas crônicas, tais como doenças cardíacas, pulmonares, renais, diabetes e imunossuprimidos em geral.”

    O início do tratamento deve ocorrer preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. “O oseltamivir pode reduzir o tempo a duração da doença, minimizar possíveis complicações e em situações de surto podem diminuir o tempo de circulação viral”, acrescenta o especialista do Hospital Nove de Julho.

    Por que devemos tomar a vacina da gripe todos os anos?

    A prevenção contra a gripe tem como pilar a vacinação, estratégia eficaz para evitar hospitalizações e mortes. “Ela ajuda a reduzir o risco de contrair a gripe e, caso a pessoa ainda contraia, a gravidade dos sintomas tende a ser menor”, frisa Dias.

    No Brasil, o pograma de imunização do Ministério da Saúde é focado nos grupos mais vulneráveis. Contudo, com a baixa adesão registrada nos últimos anos, tem se tornado comum a disponibilização das doses remanescentes para toda a população acima de 6 meses de idade, geralmente no fim da campanha anual.

    A picada disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é produzida pelo Instituto Butantan e não é capaz de provocar a doença, porque é composta pelo vírus inativado.

    + Leia tambémVacina da gripe 2024: o que muda e mais informações sobre o imunizante

    Monitorado permanentemente em todo o mundo, o influenza muda constantemente. “Temos inúmeros vírus da gripe e fazemos a vacina com base naqueles que estão circulando mais em cada momento. Por isso, a sua composição pode ser alterada e, mesmo que não mude, precisamos vacinar novamente devido à duração da proteção”, afirma Ralcyon Teixeira, infectologista do Hospital Sírio-Libanês.

    Além de garantir a dose anual de cuidado, vale recordar regras de etiqueta respiratória que ficaram notórias durante a pandemia de Covid-19:

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