No último mês, o Sabará Hospital Infantil, em São Paulo, realizou 164 testes rápidos entre seus pacientes para a detecção de dois subtipos do vírus da gripe: o influenza A e o B. E esses minúsculos inimigos foram detectados em 64 amostras, o que representa um aumento de quase 500% em relação a outubro do ano passado, quando apenas 11 de 35 crianças examinadas foram diagnosticadas com a doença.
O crescimento no número de casos já havia chamado a atenção do hospital em setembro. Isso porque, nesse período, surgiram mais meninos e meninas com gripe por lá do que em maio, junho ou julho, meses em que geralmente ocorre um pico da doença na região Sudeste do país.
“Mas ainda faltam trabalhos semelhantes, conduzidos por entidades de outras cidades, para declarar estado de alerta”, avisa o infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Junior, gerente de qualidade assistencial e do serviço de controle de infecção hospitalar do Sabará.
E engana-se quem aponta o dedo apenas para uma ou outra frente fria, viu? “A principal suspeita tem a ver com o fato de que a cobertura vacinal atual está bem abaixo da registrada na campanha de 2016, após um boom de infectados”, analisa Oliveira Junior. Mutações do vírus que a vacina não consegue barrar também estão entre as possibilidades.
Como prevenir a gripe
Na rede pública, a imunização está disponível para gestantes, mulheres que tiveram filho nos últimos 45 dias, crianças de 6 meses a 5 anos, idosos, portadores de doenças crônicas, índios, professores, trabalhadores do sistema prisional, presos e adolescentes sob medidas socioeducativas. E todo mundo, desde que não tenha alguma contraindicação, pode tomar a injeção nas clínicas privadas.
Já no cotidiano, dá para se proteger lavando as mãos com água e sabão ao longo do dia, evitando tocar a região do rosto depois de ter contato com as barras de segurança do transporte público e outras superfícies e utilizando lenços descartáveis para cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.