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Febre oropouche se espalha pelo país e passa de 10 mil casos

Doença antes restrita à região Amazônica tem se tornado comum em regiões onde antes não acontecia. Quatro mortes já foram confirmadas no Sudeste em 2025

Por Maurício Brum
23 Maio 2025, 16h34
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Mosquito transmissor da febre oropouche (Foto: Scott Bauer/Agricultural Research Service/United States Department of Agriculture/Divulgação)
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Quatro mortes pela febre oropouche foram confirmadas por dois estados do Sudeste durante a semana: três no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo. Embora ainda não seja considerada uma epidemia, a doença antes restrita a regiões amazônicas repete o cenário de 2024, espalhando-se por áreas do Brasil onde não ocorria anteriormente.

Segundo os dados mais recentes disponibilizados pelo Ministério da Saúde, até 10 de maio o país já havia superado os 10 mil casos confirmados, espalhados por 17 estados brasileiros. Com menos de cinco meses, o número já se aproxima ao observado no ano passado inteiro, quando foram 13,8 mil casos.

Até o momento, a maioria das infecções se concentra na região Sudeste, com 6,1 mil contágios identificados no Espírito Santo e quase 2 mil no Rio de Janeiro. Também há a possibilidade de subnotificação: a doença muitas vezes é confundida com outros quadros, como a dengue, e nem sempre é testada em lugares onde ainda é incomum.

O que é o oropouche

A febre oropouche é uma doença viral — causada pelo Orthobunyavirus oropoucheense, ou OROV — que usa mosquitos como vetores, como ocorre com a própria dengue, o zika ou o chikungunya. Nesse caso, porém, o vilão não é o Aedes aegypti, mas outras espécies de mosquitos.

O principal vetor é o Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. No entanto, outras espécies de mosquitos têm sido associadas à transmissão do OROV, como o Culex quinquefasciatus, o pernilongo comum. A variedade de espécies que podem ser vetores e as mudanças climáticas têm propiciado a expansão da doença para novas partes do mapa.

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+Leia também: O que é a febre do oropouche, que deixa Ministério da Saúde em alerta

O oropouche produz, além da própria febre, sintomas como dores no corpo e perda de apetite. Somente pelos sintomas, costuma ser difícil distingui-la de outras arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos), sendo necessários testes laboratoriais para confirmar a suspeita. Em geral, isso ocorre por eliminação, quando os sintomas persistem após um teste de dengue, por exemplo, voltar negativo.

Até o ano passado, não havia registros de mortes causadas pelo oropouche, mas a expansão da doença pelo Brasil mudou esse cenário. O país acabou confirmando os primeiros óbitos da literatura médica em 2024, e agora volta a ter esse desfecho trágico este ano. Como o casos ainda são raros, não há um perfil definido de quais pacientes estariam mais suscetíveis a complicações fatais.

A doença também tem sido estudada por provocar microcefalia em bebês.

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O que fazer para prevenir e tratar

Ainda não existe vacina contra a febre oropouche. Por isso, o principal método de prevenção continua sendo evitar a proliferação dos mosquitos: mantenha áreas limpas e evite acúmulo de sujeira e água. Para a proteção contra o inseto que já circula, use repelentes e telas nas janelas.

Uma vez confirmado um quadro de oropouche, não existe tratamento específico: o próprio corpo deve combater o vírus e os sintomas tendem a passar em uma semana.

São indicados apenas medicamentos para os sintomas, como a febre, e o ideal (enquanto não há certeza sobre qual é a doença) é evitar aqueles que são contraindicados quando há suspeita de dengue, como ibuprofeno ou AAS (ácido acetilsalicílico). Prefira paracetamol e dipirona.

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Cuidados gerais, como manter-se em repouso e com a hidratação em dia, também são preconizados pelos médicos.

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