No dia 26 de fevereiro, o apresentador de televisão Fausto Silva, de 73 anos, passou por uma nova cirurgia poucos meses após receber um coração novo. Internado, desta vez Faustão precisou de um transplante de rim frente ao agravamento do quadro de doença renal crônica.
Em agosto de 2023, o apresentador já tinha passado por um transplante necessário para tratar o problema de insuficiência cardíaca. A cirurgia foi bem sucedida e, em setembro, ele deixou o hospital sem rejeição do órgão.
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Faustão já realizava acompanhamento médico contínuo desde uma cirurgia de redução de estômago feita em 2009. No último ano, começou a fazer hemodiálise. Fisioterapia e fortalecimento muscular também se tornaram parte da rotina pós-transplante cardíaco.
Agora, Faustão segue em observação médica para acompanhar a adaptação ao rim, de acordo com boletim médico divulgado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Qual a relação entre doença renal e coração
A falência renal pode ser relacionada a quadros de insuficiência cardíaca – como o caso que levou Faustão a realizar o transplante no ano passado. O coração pode falhar em bombear sangue na quantidade adequada para o funcionamento dos tecidos do corpo, prejudicando outros órgãos, como os rins.
Por outra via, problemas renais também tendem a piorar a saúde do coração. A função dos rins é filtrar o sangue, removendo resíduos tóxicos do metabolismo, bem como minerais e fluidos, e assim, produzir urina. A falência renal leva ao acúmulo dessas substâncias, o que pode aumentar a pressão sanguínea.
Quando o transplante de rins é necessário?
Para pessoas que sofrem com doença renal crônica, o transplante de rins é uma opção de tratamento frente ao avanço do quadro. O rim saudável pode ser doado por uma pessoa falecida ou viva. Isso porque as funções renais podem ser desempenhadas normalmente por apenas um rim.
O rim transplantado pode funcionar por diversos anos. Para a recuperação pós-operatória e a manutenção da saúde, a pessoa transplantada precisa tomar medicamentos e fazer acompanhamento médico pelo resto da vida.
Os imunossupressores são a principal classe de remédios utilizada nesses casos. Eles atuam sobre o sistema imune, diminuindo a chance de rejeição do novo órgão. Com isso, o risco de doenças oportunistas aumenta, assim, outros cuidados, como o uso de remédios para combater infecções, são necessários.
Uma avaliação cuidadosa também deve ser feita antes do transplante. A presença de outras doenças, desnutrição, idade, ou dificuldades para seguir o tratamento pós-transplante podem trazer contraindicações para a cirurgia.
Para buscar o órgão a ser doado, testes de tipagem sanguínea e de tecidos também são realizados.
O que causa a doença renal crônica?
Há diversas causas para a doença renal crônica. A presença de outras disfunções renais pode aumentar o risco: inflamação renal crônica, rins policísticos, glomerulonefrite, nefrite túbulo-intersticial, obstrução contínua do trato urinário, refluxo vesicoureteral e infecção renal recorrente.
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Muitas vezes, a doença renal crônica passa despercebida até atingir um estágio avançado. Os sintomas, em geral, são silenciosos. A doença é caracterizada pela perda gradual da função dos rins.
Em alguns casos, é possível perceber os seguintes sintomas:
- Náusea e vômito;
- Perda de apetite;
- Alterações na urina;
- Inchaço de pés e pernas;
- Problemas para dormir;
- Hipertensão;
- Cãimbras;
- Fadiga e falta de ar;
- Problemas de pele
A diabetes e hipertensão não controladas também aumentam as chances de desenvolver falência nos rins, bem como o tabagismo, a obesidade, o uso de medicamentos danosos aos rins e o histórico familiar.