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Endometriose: como funcionam os novos tratamentos que chegam ao SUS

Duas tecnologias de base hormonal, o DIU-LNG e o desogestrel, vão ser incorporadas na rede pública de saúde

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 jul 2025, 17h10 - Publicado em 10 jul 2025, 16h30
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Novos tratamentos contra a endometriose chegam à rede pública (Arte em papel: Mariana Coan/Veja Saúde)
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Pessoas com endometriose, condição que afeta o útero, provoca dores e diminui a qualidade de vida, vão ter duas novas alternativas de tratamento ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O anúncio realizado pelo Ministério da Saúde informa a incorporação do Dispositivo Intrauterino Liberador de Levonogestrel (DIU-LNG) e o desogestrel ao arsenal de estratégias utilizadas no manejo da doença.

Em resumo, a rede pública disponibiliza duas classes de tratamento: o clínico, que envolve a terapia hormonal, e o cirúrgico, que reúne intervenções necessárias em casos mais complexos.

A novidade é avaliada como positiva pelo ginecologista Ricardo de Almeida Quintairos, presidente da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

“Do ponto de vista de saúde pública, é bastante importante contar com a liberação de mais ferramentas e medicações que possam ser usadas para proporcionar qualidade de vida e melhora da dor dessas mulheres que sofrem tanto”, enfatiza Quintairos.

+ Leia também: Endometriose: por que o diagnóstico demora tanto?

Em geral, a suspeita clínica de endometriose surge a partir de relatos da paciente e de exame físico. O problema é que as manifestações da doença variam bastante de uma pessoa para outra, o que dificulta e atrasa o diagnóstico.

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Ao longo da vida reprodutiva de mulheres e pessoas com útero, as células do endométrio, o tecido que reveste o órgão, descamam a cada menstruação. Nesse contexto, a endometriose é definida pelo crescimento de parte desse tecido para fora da cavidade uterina.

A condição inflamatória provoca sintomas que incluem cólicas menstruais incapacitantes, dores durante as relações sexuais, ao urinar ou evacuar, dor pélvica, além da dificuldade para engravidar. Estima-se que 6% a 10% das mulheres em idade reprodutiva sejam afetadas pela doença.

O tratamento pode ser medicamentoso, cirúrgico ou a combinação das duas estratégias.

+ Leia também: Há cura para endometriose profunda? Tratamentos, sintomas e perspectivas

O que é o desogestrel?

O desogestrel é um medicamento anticoncepcional hormonal, que também serve como recurso para o manejo da doença. A terapia medicamentosa inclui fármacos capazes de inibir o hormônio estrogênio, associado ao crescimento do endométrio.

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“O desogestrel é um progestogênio, ou seja, é o hormônio que antagoniza a ação do estrogênio. Ele é um anticoncepcional que também inibe a ovulação e, consequentemente, a produção de hormônios estrogênicos. Com isso, atrofia o endométrio dentro e fora do útero. É uma forma de tratar a doença”, explica o ginecologista.

O comprimido deve ser tomado uma vez ao dia, agindo na redução da dor e evolução do problema. De acordo com o Ministério da Saúde, o composto poderá ser usado como primeira linha de tratamento. Isso significa que o médico pode fazer a prescrição na avaliação da paciente, até a confirmação do diagnóstico por exames.

Como funciona o DIU-LNG?

O DIU-LNG também impede o crescimento do tecido endometrial para fora do útero, sendo considerado uma alternativa para mulheres que não podem utilizar os contraceptivos.

O ginecologista da Febrasgo detalha que o dispositivo age de maneira semelhante, ao inibir o estrogênio, atuando no hormônio que se encontra na cavidade do útero.

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“Ele não chega, como o anticoncepcional faz, a inibir a ovulação”, pontua Quintairos. O aparelho cessa a menstruação e a ação do estrogênio local e, com isso, atrofia o endométrio e, consequentemente, o seu crescimento para fora do útero.

O DIU deve ser colocado no útero por um profissional de saúde. A tecnologia favorece a adesão ao tratamento, considerando que o item pode ser trocado a cada cinco anos, além de melhorar a qualidade de vida das pacientes.

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