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Doença cardiovascular: o elefante na sala

Edição de setembro de VEJA SAÚDE amplia o cerco aos problemas do coração - com novas medidas para aumentar a proteção ao longo da vida

Por Diogo Sponchiato
20 set 2024, 13h50
coracao-prevencao
Doenças cardíacas: maior ameaça à qualidade e à expectativa de vida do brasileiro (Ilustração: Estúdio Tigre/Veja Saúde)
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Doença cardiovascular devia ser capa de revista o ano todo.” Foi assim, com muita ênfase, que um dos cardiologistas mais respeitados e famosos do Brasil, Roberto Kalil Filho, deu início ao nosso encontro em sua sala na presidência do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP.

Kalil e o InCor dispensam apresentações. O médico está à frente de um dos maiores e mais qualificados centros de assistência, pesquisa e ensino em cardiologia e pneumologia do planeta — bem ali no coração de São Paulo.

Um ecossistema que forma profissionais, opera avanços científicos e, entre atendimentos clínicos, exames, cateterismos e cirurgias (com direito a programas de telemedicina), cuida de mais de 20 mil pessoas por mês. Vem gente de todo o país… e até do exterior.

Kalil se orgulha dos progressos do InCor, mas está preocupado com a atenção que a sociedade tem dado às doenças cardiovasculares, justamente o balaio de condições que mais consome horas de trabalho dos médicos do instituto.

A imagem que me vem à cabeça é a do elefante na sala. Estamos diante da maior causa de mortes no país, de uma coleção de males que, quando não mata, pode arruinar a qualidade de vida. Só que não acordamos para o tamanho e a dramaticidade do problema.

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A gente teme, sim, os desfechos dos atentados às artérias, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Mas parece que não dá tanta bola para os elementos que plantam essas bombas e tendem a conviver silenciosamente conosco durante anos. Me refiro a colesterol alto, hipertensão, diabetes, excesso de peso, estresse

A medicina evoluiu barbaramente para domar esses fatores de risco e salvar vidas — seja com remédios, seja via stents ou bisturi. Contudo, precisamos dar um passo além e pensar em prevenção. Pensar, não. Engajar-se na prevenção.

Isso passa por mudar a alimentação, exercitar-se, realizar check-ups, tranquilizar a mente… Você conhece a receita de cor. Mas e se eu disser que existem alguns comportamentos e estratégias menos conhecidos que, embalados nas evidências científicas, podem somar pontos à proteção do coração e sua rede de vasos?

Pois um documento publicado pela Sociedade Europeia de Cardiologia acaba de anunciar um roteiro com dez conselhos para a promoção da saúde cardiovascular. É em cima dessas novas recomendações — e também daquelas mais clássicas — que montamos a reportagem de capa deste mês, a cargo da jornalista Larissa Beani.

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Precisamos tirar o elefante da sala antes que o estrago aconteça. Afinal, o coração também está em suas mãos. Missão dada, missão cumprida, doutor Kalil!

Outra causa urgente

VEJA SAÚDE selou uma parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) em prol de uma iniciativa inédita, o 1º Encontro Nacional de Pacientes Bariátricos.

Lotamos um teatro em São Paulo no início de agosto para levar a centenas de pessoas informação de qualidade direto da fonte. Os especialistas da entidade, liderada pelo cirurgião Antonio Carlos Valezi, deram palestras e promoveram discussões sobre os avanços e desafios no tratamento da obesidade, uma das grandes questões de saúde pública do século.

Em um dossiê especial, você confere os principais aprendizados captados no evento.

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