Frequentemente tratado como um tabu, o desconforto nas relações sexuais é uma realidade infeliz para muitas mulheres. Algumas estimativas apontam que uma em cada quatro sofre com algum tipo de dor associada à penetração, problema que tem nome, a dispareunia.
Tanto questões físicas quanto psicológicas podem levar a esse incômodo, que está associado ao movimento do pênis (ou outro objeto usado na penetração) e ocorre tanto de forma superficial, perto da entrada do canal vaginal, quanto profunda, mais próximo ao colo do útero, no “fundo da vagina”.
Saiba mais sobre esse problema.
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O que pode causar a dispareunia?
Quando é superficial, a dispareunia pode estar associada a infecções genitais que provocam inflamação na entrada da vagina, como a candidíase e a herpes. Dores profundas podem ter associação com endometriose ou problemas que afetam os ovários, como cistos.
A dor na penetração muitas vezes pode ser ocasionada por uma dificuldade de lubrificação do canal vaginal, o que com frequência tem conexão com questões hormonais. Essas alterações são mais comuns na menopausa ou no período pós-parto, mas podem ocorrer em qualquer fase da vida em função de outras questões de saúde – por isso, é preciso investigar.
Quando não há uma causa física óbvia para as dores, elas podem estar relacionadas a fatores psicológicos. Pessoas que foram vítimas de abuso, seja ele sexual ou não, estão mais propensas. Mas ansiedade, depressão e falta de comunicação ou compreensão do parceiro também podem levar a um desconforto psíquico que dificulta o relaxamento necessário para evitar qualquer dor.
Como tratar a dispareunia?
O uso de lubrificantes acaba sendo o caminho imediato escolhido por quem sofre com dores na penetração. Descobrir o que funciona e excita na cama, o que aumenta a lubrificação natural, também é uma alternativa – embora seja mais eficiente para pessoas acostumadas a comunicar o que buscam no sexo.
Mas é importante observar que a busca por mais lubrificação é um paliativo, que não resolve a causa de fundo do problema. Até porque, mesmo quando a penetração é possibilitada por eles, os incômodos ainda podem causar outros inconvenientes, como a dificuldade de chegar ao orgasmo. Por isso, em caso de qualquer desconforto na região íntima feminina, seja durante as relações sexuais ou não, é fundamental procurar orientação ginecológica.
Além de uma avaliação física, que muitas vezes pode já detectar os problemas superficiais, o médico poderá solicitar exames complementares, laboratoriais e de imagem, que ajudam a diagnosticar o motivo do incômodo. Medicamentos ou fisioterapia pélvica podem ser receitados, conforme o caso.
E, se nenhuma razão física for encontrada, poderá haver indicação de seguir o tratamento com psicólogo ou psiquiatra especializados em disfunções sexuais, de modo a abordar as questões emocionais por trás da dor.