Disenteria: o que é, quais são os sintomas e tratamentos
Diferenciado pela presença de sangue e muco nas fezes, esse quadro clínico, que pode ser fatal, é mais frequente em regiões com saneamento básico precário
Também conhecida como diarreia sanguinolenta, a disenteria é uma infecção gastrointestinal que provoca episódios diarreicos frequentes. Além de náuseas, vômitos e dores corporais, esse quadro é caracterizado pela presença de sangue e muco nas fezes.
A condição costuma ser causada por vírus, vermes ou bactérias, mas também pode ser desencadeada pela irritação química do intestino. Na maioria das vezes, o tratamento é simples, entretanto, ela pode ser fatal se não for gerenciada adequadamente.
O que é disenteria?
A disenteria é uma doença gastrointestinal que causa diarreia excessiva, nos quais as fezes são aquosas e acompanhadas de sangue. Apesar de ser frequentemente confundida com uma simples diarreia, ela é muito mais intensa.
Há dois tipos mais comuns de disenteria: a amebiana e a bacteriana. A primeira costuma ser causada por um parasita unicelular chamado Entamoeba histolytica.
Já a bacteriana ou bacilar, que é a mais comum, geralmente provém da contaminação pela bactéria Shigella. Os micro-organismos Salmonella, Campylobacter ou Escherichia coli também podem desencadear a condição.
+Leia também: Salmonella: quais são os sintomas da infecção pela bactéria?
Quais são os sintomas da disenteria?
Os sintomas variam um pouco de acordo com a causa da doença. Embora possa ser assintomática, a disenteria amebiana provoca diarreia com sangue e muco, náuseas, vômitos, dores abdominais e perda de apetite.
Além da diarreia excessiva, que costuma ser líquida e sanguinolenta, a disenteria bacteriana, por sua vez, causa febre alta, cólica e dor de cabeça. Seus sinais iniciais geralmente aparecem no primeiro ou segundo dia após a infecção e se estendem por três a sete dias.
Caso não sejam tratadas adequadamente, ambas tendem a acarretar complicações graves, como a desidratação, que pode ser fatal. Inflamação extrema, dilatação do intestino grosso e doença renal aguda são outras possíveis consequências.
O que causa a disenteria?
A disenteria é provocada por infecções por microrganismos ou vermes. A transmissão ocorre quando há contato (mesmo indireto) com as fezes de uma pessoa infectada pela doença.
A ingestão de alimentos preparados sem a higienização adequada das mãos e o consumo de líquidos contaminados são as principais causas da condição, que é mais comum em lugares com saneamento básico precário. Relações sexuais, principalmente por via anal, também podem favorecer o contágio, assim como nadar em água infectada.
Quadros de disenteria também podem ser desencadeados por doenças não infecciosas, como síndrome do intestino irritável, intolerâncias alimentares severas, doença de Crohn e colites ulcerosas.
Como é o tratamento para a disenteria?
O tratamento deve ser iniciado assim que houver a confirmação do diagnóstico. Na maioria das vezes, isso é feito por meio da avaliação clínica e da testagem laboratorial das fezes. O médico pode solicitar também uma sigmoidoscopia para descartar outras hipóteses.
Após a confirmação da doença, o próximo passo é tomar bastante água para repor os líquidos que foram perdidos. Em alguns casos, pode ser necessário realizar a reposição de fluidos por via intravenosa, que deve ser feita somente com acompanhamento médico.
A disenteria amebiana geralmente é tratada por meio de medicamentos para eliminar a infecção parasitária. Em casos raros, a doença desencadeia complicações, que podem demandar intervenções cirúrgicas.
Embora possa se curar naturalmente, a disenteria bacteriana pode ser gerenciada com antibióticos, dependendo da gravidade dos sintomas. Quando há sangue nas fezes, a indicação é não utilizar antidiarreicos.