Desodorante em pedra: como funciona e qual a diferença para os outros?
Produtos vendidos como naturais e sem alumínio podem induzir a escolhas equivocadas em consumidores

Os desodorantes em pedra são a nova sensação do mercado, propagandeados como mais naturais e seguros por personalidades influentes. Mas se nem tudo que reluz é ouro, e nem tudo que é vendido como natural pode ter uma composição tão simples como aparenta.
Será que adquirir esses produtos não é comprar gato por lebre?
A promessa é de reduzir a transpiração e neutralizar odores de forma econômica, já que a duração estimada do produto é de até três anos.
No rótulo, geralmente há o lembrete de que não há cloridrato de alumínio na composição, uma substância “demonizada” sob o argumento de ser cancerígena. As embalagens transparentes que lembram desodorantes roll-on ou em uma caixinha contém uma barra esbranquiçada que lembra um cristal.
Entenda se há mesmo alguma diferença entre esses e outros desodorantes no mercado.
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De que são feitos os desodorantes em pedra?
Atualmente, a maioria dos produtos vendidos como desodorante em pedra consistem em alúmen de potássio em forma sólida e embalada. Essa substância é popularmente conhecida como pedra hume, um composto extraído de um mineral chamado alunita e formado por átomos de alumínio, potássio, oxigênio e enxofre.
Apesar das alegações, nem sempre essas pedras são totalmente naturais, podendo ser fabricadas em um processo industrial que obtém a versão sintética.
Outra questão relevante é sobre a função desses produtos. Apesar do termo “desodorante” ser amplamente utilizado, nem sempre eles são o mesmo que os antitranspirantes – produtos destinados a diminuir a secreção do suor.
Enquanto estes buscam eliminar os odores nas axilas restringindo a transpiração, os desodorantes costumam ter perfumes que ajudam a disfarçar o cheiro misturado com outros compostos antibactericidas, mas não necessariamente bloqueiam o suor.
Esse é outro ponto importante: apenas o suor não é capaz de causar o temido “cecê”, os verdadeiros responsáveis pelo odor são os microrganismos presentes na região embaixo do braço que atuam na decomposição do suor e de células mortas da pele.
Alumínio, o xis da questão
O debate sobre os efeitos do alumínio em desodorantes e antitranspirantes na saúde humana ainda é motivo de muita controvérsia, mesmo entre especialistas.
O assunto ainda requer pesquisas mais conclusivas, mas alguns estudos apontam que a pele não é capaz de absorver uma grande quantidade tanto do alúmen de potássio quanto de cloridrato de alumínio. A absorção desses compostos é igualmente insignificante em comparação com outras vias.
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Enquanto algumas fontes sugerem que grandes quantidades de alumínio no organismo podem ser prejudiciais, instituições renomadas como a American Cancer Society afirmam que não há evidências científicas de que o uso de antitranspirantes cause ou agrave o câncer de mama, por exemplo.
De todo modo, os produtos comercializados no Brasil que passam pela aprovação da Anvisa são considerados seguros para uso.
Se a preocupação com a sudorese permanece, algumas estratégias naturais são a esfoliação eventual da pele das axilas e limpeza com sabonetes adstringentes. Não utilize substâncias que podem agredir a derme nesta região. Antes de qualquer medida, consulte um dermatologista.