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Coronavírus: primeiro caso é confirmado no Brasil. O que fazer agora?

Homem de São Paulo é o primeiro caso confirmado de infecção por covid-19 no país. Veja o que muda na prevenção e no diagnóstico do coronavírus

Por Chloé Pinheiro e Theo Ruprecht
Atualizado em 18 ago 2020, 10h48 - Publicado em 26 fev 2020, 11h34
primeiro caso de coronavirus no brasil hospital albert einstein
O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi confirmado na cidade de São Paulo.  (Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital)
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O primeiro caso do novo coronavírus (covid-19) no Brasil foi confirmado em São Paulo. É um homem de 61 anos que voltou de uma viagem na Itália, onde há um aumento expressivo de casos da doença. E agora, o que as autoridades devem fazer para evitar a disseminação dessa infecção originária da China? E você, como fazer para se prevenir?

Na verdade, o primeiro passo já foi adiantado pelo Ministério da Saúde no dia 3 de fevereiro, data em que se decretou estado de emergência em saúde pública no país. Isso serviu para antecipar estratégias de contenção do problema, que traz sintomas como falta de ar, tosse e desconforto no peito.

“Com isso, o Ministério da Saúde fica autorizado a adotar medidas como a contratação emergencial de especialistas e acionar uma espécie de força-tarefa do SUS, formada por profissionais de saúde e voluntários que atuam em situação de crise”, comenta o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia. Compras de materiais de proteção e de outros insumos necessários também se tornam mais ágeis nesse contexto.

Uma medida de urgência que todo mundo acompanhou e veio antes desse caso confirmado foi a repatriação dos brasileiros que solicitaram a saída de Wuhan, na China, e a subsequente quarentena à qual eles foram submetidos.

No mais, o ministério e os estados criaram planos de contingência para lidar com o desembarque do novo coronavírus em diferentes pontos do país. Basicamente, eles falam sobre a estrutura de atendimento, a triagem de pessoas, a separação e o isolamento de leitos específicos para a enfermidade, o sistema de notificação de casos e as orientações para profissionais de saúde.

Apesar da confirmação do primeiro caso, é com a transmissão sustentada que o nível de preocupação deve mudar consideravelmente. Mas o que é transmissão sustentada? Em resumo, é quando uma doença começa a passar de um brasileiro para outro em ritmo frequente e dentro do território nacional (ou de uma região dele).

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Se isso ocorrer, o serviço de saúde pública vai precisar ser reordenado — ancorado nos planos de contingência — para lidar com o aumento no número de internações pela doença.

Além disso, é possível que os critérios de suspeita e confirmação do diagnóstico mudem. Via de regra, só se consideram casos suspeitos no Brasil aqueles em que o paciente manifesta sintomas em até 14 dias após voltar de algum país com disseminação local do vírus. De acordo com o Ministério da Saúde, os países monitorados até o momento são:

  • Alemanha
  • Austrália
  • Camboja
  • Canadá
  • China
  • Coreia do Norte
  • Coreia do Sul
  • Croácia
  • Dinamarca
  • Emirados Árabes Unidos
  • Espanha
  • Estados Unidos
  • Filipinas
  • Finlândia
  • França
  • Grécia
  • Holanda
  • Indonésia
  • Irã
  • Itália
  • Japão
  • Malásia
  • Noruega
  • Reino Unido
  • San Marino
  • Singapura
  • Suíça
  • Tailândia
  • Vietnã

Indivíduos com sinais da doença que tiveram contato com um episódio suspeito ou confirmado também devem ser examinados.

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É só se crava o diagnóstico após testes de sangue descartarem outras infecções respiratórias e detectarem a presença do novo coronavírus no corpo.
Agora, se o covid-19 se espalhar pelo país, os critérios para suspeitar da infecção devem se tornar mais amplos. Provavelmente, toda pessoa que visitar uma região do Brasil com surto e manifestar sintomas na sequência será avaliada. Em um cenário mais pessimista — de epidemia nacional —, qualquer habitante com tosse, febre e outras sinais típicos da enfermidade seria examinado.

Em locais da China onde o vírus está amplamente disseminado, as autoridades nem esperam os resultados dos testes laboratoriais para confirmar o diagnóstico e já iniciam o tratamento. É uma medida para agilizar o atendimento em cenários de epidemia — o que não é o caso aqui.

O primeiro caso confirmado do novo coronavírus

Trata-se de um homem de 61 anos que deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, no dia 24 de fevereiro — durante o Carnaval. Ele esteve na Itália entre os dias 9 e 21 de fevereiro, período que coincide com um aumento expressivo de casos naquele país. Ele apresentou febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. Após sucessivos exames, a confirmação veio no dia 26 de fevereiro. É o primeiro caso da América Latina.

Esse senhor está com o quadro estável e isolado em casa. As autoridades estão buscando as pessoas que entraram em contato com ele durante a viagem de avião e o período em que esteve circulando antes de ir para o hospital.

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O afastamento do convívio em sociedade, aliás, vale para todo indivíduo com suspeita de infecção pelo vírus vindo da China. “Em pessoas com sintomas mais graves, o isolamento é feito em um hospital de referência. Nos quadros mais leves, a orientação seria ficar na própria residência, com medidas preventivas para os parentes mais próximos”, explica Weissmann.

Os familiares também permanecem em casa por ao menos 15 dias, evitando o contato próximo dentro do possível. Todos, inclusive o paciente, devem usar máscaras e adotar medidas de higiene.

O que você deve fazer para se prevenir do novo coronavírus?

Mesmo com a confirmação do primeiro caso no Brasil, nesse primeiro momento não é preciso aderir a estratégias mais extremas, como andar de máscara por aí ou não sair na rua. Basta seguir as recomendações básicas de prevenção de doenças respiratórias. São elas:

  • Lavar as mãos frequentemente
  • Usar lenço descartável para higiene nasal
  • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
  • Evitar tocar os próprios olhos, nariz e boca
  • Manter os ambientes bem ventilados
  • Não manter contato próximo com pessoas que apresentem sinais do covid-19 ou tenham infecções respiratórias agudas
  • Não compartilhar objetos como talheres, pratos, copos ou garrafas
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