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Coqueluche: casos no Brasil e Olimpíadas renovam preocupação com a doença

Surto na Europa e aumento no Brasil podem gerar cenário propício à volta da doença, que é evitável com vacinação. Aprenda a identificá-la

Por Maurício Brum
Atualizado em 10 jul 2024, 13h49 - Publicado em 10 jul 2024, 13h48
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Mais comum em crianças, doença apresenta tosse contínua quando evolui de forma desfavorável, mas pode começar com sintomas inespecíficos que lembram uma gripe (Freepik/Freepik)
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Com a Europa ainda em aumento de casos, a coqueluche segue gerando manchetes, já que também começa a avançar no Brasil.

As vacinas, efetivas contra o contágio, continuam evitando uma explosão das infecções por aqui – mas a queda da cobertura em anos recentes, associada à possibilidade de uma maior circulação da bactéria pelo mundo após eventos globais como as Olimpíadas de Paris, que começam no final de julho, causam preocupação em especialistas.

A coqueluche é uma doença causada pela bactéria Bordetella pertussis e tem como sintoma característico a presença de uma tosse prolongada que pode se tornar incontrolável. No entanto, ela nem sempre produz sintomas clássicos, dificultando o diagnóstico e o controle das infecções em lugares com cobertura vacinal deficiente. Ela é mais comum em crianças.

No Brasil, atualmente há uma discrepância de dados. O Ministério da Saúde registra que, até 6 de junho, o país tinha confirmado 115 casos da doença, o que não representaria um aumento proporcional tão grande diante dos 217 vistos em 2023 inteiro. Porém, só estado de São Paulo já falava em 139 contágios no mesmo período.

Há um atraso no repasse de números dos municípios para estados e, deles, para o Ministério.

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São Paulo, de fato, foi o primeiro lugar do Brasil a entrar em alerta pela subida dos números. A potencial subnotificação em nível nacional — e a possibilidade de que a doença volte a circular com força fora da Europa — faz com que infectologistas reforcem a necessidade de medidas preventivas.

Como prevenir a coqueluche

A principal maneira de evitar a doença é com a vacina. A coqueluche é prevenida pela chamada tríplice bacteriana, ou DTP, que protege também contra tétano e difteria. Aplicada nos primeiros meses de vida (três doses aos 2, 4 e 6 meses), e depois reforços aos 15 meses e 4 anos. Em adultos, é recomendado um reforço vacinal a cada 10 anos.

+Leia também: Caderneta de vacinação: quais doses a criança deve tomar – e quando

Por ser uma doença transmitida pelas partículas emitidas através da respiração de pessoas infectadas, a proteção contra a coqueluche também é feita com base em outras medidas usadas diante de problemas respiratórios: uso de máscaras, especialmente em lugares fechados ou onde há surto da doença, como na Europa.

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Como saber se tenho a doença? Qual o tratamento?

Quando a coqueluche produz sintomas, o diagnóstico nem sempre é fácil, já que os sinais são inespecíficos e lembram outras doenças — eles incluem tosse seca, mal-estar, coriza e febre. Um sinal característico de uma evolução desfavorável é a presença de uma tosse mais intensa e frequente, não à toa a coqueluche também é conhecida como “tosse convulsa” ou “tosse comprida”.

Em caso de suspeita, procure sempre um serviço de saúde para um diagnóstico correto. Por ser uma doença de origem bacteriana, a coqueluche tem tratamento diferente de infecções virais que causam sintomas respiratórios semelhantes – no caso dela, antibióticos podem e devem ser empregados.

O tratamento é mais efetivo quanto mais cedo for iniciado. Todas as doses receitadas pelo médico devem ser utilizadas, mesmo se os sintomas melhorarem antes. Um tratamento com antibióticos nunca deve ser interrompido pela metade.

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