O cloridrato de sertralina serve para tratar a depressão, especialmente quando acompanhada de sintomas de ansiedade. Esse medicamento também é indicado para outros tipos de distúrbios psicológicos, como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e o estresse pós-traumático, mas tudo depende da avaliação clínica e do histórico do indivíduo. O fármaco em geral não provoca dependência química, mas pode gerar uma insegurança no momento de suspender o tratamento, e traz possíveis efeitos colaterais, como queimação no estômago, dor de cabeça e até um aumento temporário na ansiedade, que precisa ser relatado ao profissional.
Vendido sob diversos nomes comerciais, como Assert, Dieloft, Serenata, Seronip, Serpax e Zoltralina, ele também está disponível em sua forma genérica com o nome de cloridrato de sertralina.
O que é o cloridrato de sertralina?
Esse antidepressivo pertence à classe de inibidores seletivos da recaptação da serotonina, conhecidos pela sigla ISRS. Nesse mesmo grupo estão a fluoxetina, o escitalopram e o citalopram – mas cada um possui suas particularidades.
Trata-se de um comprimido, a ser tomado diariamente, conforme prescrição médica.
Para que serve o cloridrato de sertralina?
Como explicamos, para o tratamento de depressão e ansiedade, entre outros transtornos. Na bula, ela está indicada ainda para o tratamento do transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno do pânico, transtorno de estresse pós-traumático, fobia social e disforias relacionadas à menstruação, como a síndrome da tensão pré-menstrual (STPM) e/ou transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM).
“A sertralina age na forma de pensar de algúem com depressão e ansiedade. A pessoa tende a se sentir mais tranquila, sem se apegar a ideias de que tudo vai dar errado”, analisa a psiquiatra Maria Francisca Mauro, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
“A escolha do melhor antidepressivo também dependerá da idade da pessoa, porque a metabolização do medicamento muda conforme a faixa etária, o histórico de saúde e as comorbidades”, completa.
Um exemplo: a sertralina é contraindicada quando a ansiedade afeta a saúde gastrointestinal. Isso porque ela própria pode gerar reações adversas nesse sentido, e acabar agravando o quadro.
Como são os primeiros dias de uso
Náusea, uma certa queimação no estômago, dor de cabeça e boca seca estão entre os principais efeitos colaterais que ocorrem no começo do tratamento. Pode haver uma piora da ansiedade, e isso deve ser comunicado ao médico.
“Se os sintomas forem intensos e a pessoa ficar fora de si, é preciso fazer uma adaptação ou suspender o remédio”, informa Maria Francisca. Daí a necessidade de um acompanhamento próximo, em especial nessa etapa.
Sertralina engorda ou emagrece?
Não há efeito desse medicamento no apetite. “A vontade de comer mais ou menos e o resultado disso na balança durante o tratamento não tem relação com o fármaco”, aponta Maria Francisca.
O que pode acontecer: ao se sentir melhor, o paciente volta a ter prazer nas refeições. Ou, por outro lado, deixa de descontar suas frustrações na comida. Isso varia de casa para caso.
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Gestantes podem tomar sertralina?
Aqui não dá para cravar um “sim” ou “não”. Segundo a bula, há poucos estudos para garantir a completa segurança da sertralina para mulheres grávidas.
É citado ainda que o uso de medicamentos do tipo ISRS durante a gestação “pode causar aumento do risco de hipertensão pulmonar persistente em recém nascidos”, e gerar sintomas de abstinência em recém-nascidos. Mas esses são riscos, e não certezas.
Em futuras mamães, a intensidade dos sintomas depressivos e ansiosos é o termômetro para definir a prescrição de um antidepressivo do tipo, na opinião de Maria Francisca. Importante: nada de engravidar e seguir o tratamento sem o aval dos médicos.
“Trata-se de um um medicamento que possui um perfil seguro para a amamentação”, pondera a médica.
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Dosagens do cloridrato de sertralina
O remédio é encontrado em versões de 25 mg, 50 mg e 100 mg.
Ele é, em geral, administrado em dose única diária. Ela pode começar com 25 e evoluir para até 200 mg. Quem faz esse dimensionamento é o médico, em conjunto com o paciente e a partir dos sintoma reportados.
Composição do cloridrato de sertralina
Cada comprimido contém, além do próprio cloridrato de sertralina, em gramatura que varia conforme a dosagem, alguns excipientes (substâncias inertes que ajudam na estabilidade da fórmula e na composição da massa e volume do comprimido).
Alguns excipientes encontrados neste medicamento são fosfato de cálcio dibásico, hiprolose, carmelose sódica, amidoglicolato de sódio, estearato de magnésico, celulose microcristalina, dióxido de titânio, hipromelose, macrogol e talco.
Como tomar o cloridrato de sertralina?
O médico faz uma avaliação prévia para acertar a dose e o melhor horário para tomar o remédio e, depois, acompanha os resultados. Se for necessário, a forma de uso é ajustada.
“Esse medicamento tem uma ação inicial rápida. Ele começa a fazer efeito entre 14 e 36 horas”, pontua Maria Francisca. Cabe ressaltar que alguns antidepressivos levam semanas para provocar mudanças perceptíveis.
Principais efeitos colaterais da sertralina
Tontura por causa da redução de sódio no sangue, enjoo, dores de cabeça, falta de apetite, sonolência, aumento do suor, disfunções sexuais e diarreia são as reações adversas mais comuns.
Contraindicações do cloridrato de sertralina
Idosos e pessoas com histórico de doença nos rins ou no coração merecem mais cuidados para não sobrecarregarem esses órgãos. E sempre é necessário tomar cuidado com eventuais interações medicamentosas, principalmente entre quem faz uso de medicamentos de uso contínuo.
O medicamento é ainda contraindicado para menores de 6 anos e não é indicado entre os 6 e 17 anos, exceto no tratamento do transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
Só um médico pode definir se o remédio é indicado e quais são suas doses e o tempo de tratamento.
Bula do cloridrato de sertralina
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