A relação entre obesidade e problemas renais
Ficar de olho na balança melhora vários aspectos da saúde — e os rins não ficam de fora!
O Dia Mundial do Rim, que acontece sempre na segunda quinta-feira de março, chama a atenção para uma conexão pouco conhecida: a da obesidade com doenças renais. Estimativas apontam que, em menos de dez anos, 18% dos homens e 21% das mulheres estarão perigosamente acima do peso — e esse acúmulo de gordura pode causar irregularidades no principal órgão do sistema de purificação do organismo.
Segundo a médica Leda Lotaif, nefrologista da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a ligação se dá por diversos fatores, entre os quais ela destaca: “O aumento da massa corporal eleva também o tamanho da área corporal que precisa ser irrigada. Os rins têm que trabalhar mais para filtrar todo o sangue, o que pode sobrecarregá-los”. O nome dessa complicação é glomerulopatia relacionada à obesidade.
Outro elo apontado pela especialista envolve o diabete e a hipertensão. Ambas as condições são mais comuns em obesos e danificam os rins com o tempo, abrindo as portas para a doença renal crônica.
Cerca de 10% da população mundial adulta possui algum grau de doença renal crônica, caracterizada pela perda progressiva da função da dupla filtradora de sangue. Aliás, é simplista resumir o papel dos rins à limpeza do líquido vermelho. “Vários hormônios são produzidos por eles. Um é responsável pela produção de células vermelhas. Sem essa substância, o paciente pode ficar anêmico”, relata Leda.
Para manter a saúde desses órgãos em dia, é preciso controlar o peso e ficar de olho na pressão e nas taxas de glicose no sangue. Leda ainda recomenda ingerir uma quantidade adequada de água, praticar exercícios físicos e se manter longe do cigarro. Outra dica é tomar cuidado com os anti-inflamatórios: “Eles prejudicam o bom funcionamento dos rins. O problema não está no uso ocasional, e sim no frequente, sem orientação médica”, arremata.