Seguindo o exemplo de grandes bancos de dados internacionais, a geneticista Lygia da Veiga Pereira encabeça o Gen-t do Brasil, startup que pretende sequenciar, até 2026, o DNA de 200 mil brasileiros — do Oiapoque ao Chuí.
A coleta de material começou em 2023, nas cidades de Vinhedo (SP) e Manacapuru (AM). Neste ano, deve chegar a Teresina (PI), Manaus (AM), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ).
“Precisamos ter dados sobre a genética latino-americana para nos inserirmos na era da medicina de precisão e oferecermos diagnósticos e tratamentos de saúde mais assertivos para as pessoas”, defende a professora da USP.
O objetivo do projeto é reunir informações sobre as ancestralidades indígenas, africanas e europeias a fim de nortear melhor estratégias de prevenção e tratamento em nossa população. A iniciativa já captou 16 milhões de reais em investimentos e conta com cientistas de grandes universidades.
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Conhece-te a ti mesmo
Os ganhos ao decifrar o genoma dos brasileiros
Diversidade
Apenas 1% dos DNAs sequenciados no planeta têm ancestralidade hispânica ou latina. Em comparação, 2% dos genomas analisados são africanos, 10% têm origem asiática e 80% são europeus. Os dados disponíveis atualmente representam muito pouco da diversidade da nossa região.
Medicina de precisão
Ao conhecer melhor a genética do nosso povo, é possível desenvolver tratamentos mais eficazes à população.
Saber regional
Alcançando todas as áreas do Brasil, o estudo identificará particularidades de suas comunidades.
Benefício ao paciente
Os voluntários têm acesso gratuito a exames de saúde por cinco anos enquanto são acompanhados.
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O que é sequenciamento genético?
É uma técnica que identifica as bases do DNA de um indivíduo por meio de processos bioquímicos. Esse exame permite conhecer melhor uma única pessoa ou até uma espécie, e pode ser aplicado em campos como medicina e antropologia.