Seu filho tem crises de enxaqueca em mais de 14 dias num único mês? Se sim, pode ser que ele sofra de enxaqueca crônica. E, nesse caso, seu risco é 8,2 vezes maior de também ser diagnosticado com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em comparação a quem não sofre com o problema. Pelo menos foi o que concluiu uma pesquisa realizada pela Escola Cefaliátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. No estudo, foram analisados dados de 6 445 crianças de 87 cidades e 18 estados brasileiros.
Agora, o pequeno não precisa ter a enxaqueca crônica para estar em risco. Se as crises aparecerem menos de 14 dias ao mês, ele também é candidato a desenvolver o TDAH. Aí, o risco é 3,3 vezes maior em relação a quem não tem cefaleia. Ainda assim é bastante coisa — principalmente porque cerca de 10% das crianças brasileiras têm enxaqueca. E os impactos dos dois distúrbios são bem parecidos. A dor pode trazer desatenção e hiperatividade, assim como o déficit de atenção. Os experts chamam atenção para a necessidade de diagnosticar corretamente as condições, já que cada uma requer um tipo de tratamento específico.