O tempo ideal de aleitamento materno exclusivo é conhecido: seis meses. Apesar disso, o Ministério da Saúde alerta que, em média, as mães brasileiras param de dar o peito aos seus filhos ou ao menos combinam essa prática com a introdução de outros alimentos após 54 dias do parto. Para combater esse cenário — e em homenagem à Semana Mundial do Aleitamento Materno —, o ginecologista e obstetra Corintio Mariani Neto, diretor técnico do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, destacou nove pontos fundamentais para uma amamentação ideal.
Cada uma dessas dicas ajuda tanto o bebê como a mãe. Confira:
1) Mantenha uma alimentação balanceada
Mesmo depois da gestação, é importante seguir um cardápio equilibrado para que o leite materno ofereça um monte de nutrientes ao pequeno. Segundo Mariani Neto, vale a pena investir em verduras, cereais e frutas, entre outros. Também beba bastante líquido — especialmente água natural.
2) Maneire em comidas alergênicas ou pesadas
Não é uma regra fechada, porém sugere-se evitar produtos capazes de provocar alergias ou cólicas intestinais na criança. Exemplos: leite de vaca, amendoim, café, refrigerantes, chá preto… De qualquer forma, converse com o especialista para averiguar a sua sensibilidade e a do seu filho.
3) Nunca complemente sem orientação
Esqueça a fórmula artificial a não ser que um especialista (de verdade!) o recomende por algum caso específico. A introdução precoce da mamadeira pode levar o bebê a recusar o peito — e, quando ele recorre pouco à mãe, a produção natural de leite começa a cair.
4) Seu leite não é fraco
Esse mito é uma causa frequente do desmame precoce. O doutor Mariani Neto reforça que não existe leite materno fraco ou forte — cada mãe produz a versão mais adequada para o seu bebê. O importante, como já dissemos, é bater um papo com o médico e acertar sua alimentação.
5) A posição em que você dá de mamar importa
A orientação básica é estar relaxada e confortável. O ideal é que o corpo do bebê esteja encostado ao seu, com cabeça e tronco alinhados — o queixo deve tocar o peito. O braço da mãe serve de apoio ao filho.
6) Evite mudar o peito durante a mamada
Os primeiros goles são compostos pelo que se chama de “leite anterior” — ele é mais diluído. É só quando o pequeno mama por mais tempo que começa a ingerir o “leite posterior”, mais rico em nutrientes e gorduras que o saciam. Quando você troca de peito, portanto, o neném acaba bebendo mais doses de um leite menos substancioso. Contudo, não precisa ficar neurótica com isso, ok?
7) Como é a sucção perfeita
O retrato é o seguinte: boca bem aberta, que cobre toda a parte inferior da aréola do seio, e com lábio inferior voltado para fora. As bochechas ficam bem arredondadas e cada sucção é lenta e profunda, intercalada por pequenas pausas. Detalhe: a criança deve sugar a aréola, não o mamilo.
8) O que fazer quando o peito fica machucado
Antes de tudo, cabe ressaltar que uma posição inadequada pode estar por trás das feridas. Ao corrigi-la, a cicatrização tende a ser rápida. Mas considere, junto com o doutor, o uso de cremes, óleos e pomadas.
9) Relaxe com os horários
Não se apegue a intervalos fixos para alimentar seu amado. Respeite as vontades do pequeno: ele não procura o seio apenas para matar fome, mas também para aliviar a sede e mesmo buscar conforto. Agora, discuta com um profissional caso o bebê frequentemente demore mais de seis horas para buscar o peito.