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Como anda sua saúde mental? O psicólogo e psicanalista Francisco Nogueira, membro efetivo do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e cocriador da consultoria Relações Simplificadas, reflete sobre as questões da mente humana para lidarmos melhor com os desafios do mundo de hoje

Você sabe nomear suas emoções? Veja a importância do letramento emocional

Há quem prefira não entrar em contato com os próprios sentimentos. Mas essa atitude é negativa em vários sentidos

Por Francisco Nogueira
Atualizado em 13 ago 2025, 19h14 - Publicado em 13 ago 2025, 16h30
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Compreender as próprias emoções é parte fundamental da vida (Ilustração: Nik Neves/SAÚDE é Vital)
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Quando não compreendemos os nossos sentimentos, ficamos suscetíveis a nos tornamos reféns dos diagnósticos.

Vivemos em um mundo que acirra os processos de medicalização, tendendo a patologizar até os nossos menores desconfortos, enquanto, ao mesmo tempo, inunda os cérebros de dopamina através do uso abusivo das telas e dos vídeos viciantes. Nesse contexto, parecemos perder o contato com as palavras que descrevem nossa subjetividade.

Este empobrecimento do nosso vocabulário emocional pode se transformar em complicador da vida cotidiana.

Que mistérios profundos se escondem em nosso mundo interno para aquele que ignora a si mesmo em sua dimensão emocional? Saber nomear os sentimentos é um dos ramos principais da árvore do autoconhecimento. Quanto maior a nossa capacidade de nomear a realidade, maior a sofisticação de nosso olhar sobre o mundo e os fenômenos que nos cercam.

Não é o microscópio que revela o micróbio. Para o olhar sem instrução, tudo o que aparece na lente do aparelho não passa de um borrão. Mas o olhar instruído reconhece os nomes daquilo que vê através do microscópio, e por isso sabe mais. Da mesma forma, quem não sabe nomear o que sente, sente o quê? Sente como?

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Não é incomum encontrar pessoas que parecem preferir não entrar em contato com seus sentimentos. Quando perguntadas sobre o que sentiram em uma determinada situação, não raro respondem, “me senti normal”. Normal como? Normal para quem? Normal em referência a quê?

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Há uma verdadeira obnubilação emocional no mundo dos celulares e da patologização de todo e qualquer mal-estar. Mas também há quem defenda, em referência a valores transatos, que entrar em contato com os próprios sentimentos seria sinal de fraqueza ou de maior vulnerabilidade.

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Nada mais enganoso! A capacidade de olhar para dentro de si e se aproximar de sentimentos, mesmo que desconfortáveis, censuráveis ou socialmente reprováveis, é um exercício de coragem e honestidade consigo mesmo.

Mais nefastas ainda são as doutrinas que pregam o olhar e o cuidado apenas com aquilo que é sentido como positivo, pois ao olharem apenas para um aspecto da vida, agravam a clivagem já aprofundada pela falta de vocabulário para expressar o que se passa entre as nossas experiências e os nossos sentimentos.

Sentimentos acontecem, não são escolhidos. A questão que fica para todos nós é o que fazemos com aquilo que sentimos. Este é o verdadeiro dilema moral, não a censura que muitos fazem aos sentimentos considerados “ruins” ou “baixos”.

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Esta censura impede o contato com a nossa totalidade e, no limite, com nossa humanidade. Poder fazer essa escolha – do que fazemos com aquilo que sentimos – é a verdadeira expressão da liberdade e, assim, só é realmente livre quem se mantém em contato profundo com o seu próprio mundo interno.

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