Todo final de ano, as pessoas que comemoram Natal e Ano Novo vivem um dilema: pular ou não o almoço ou outra refeição para comer babescamente na ceia. Esse truque costuma não dar certo.
Quando ficamos muito tempo sem a ingestão de alimentos, avisamos nosso corpo que ele está em risco. Os adeptos do jejum acreditam que não, porém os estudos demonstram que essa manobra “agrada” a gordura e “entristece” os músculos.
Para ser mais exato, a musculatura (nossa aliada no emagrecimento, uma vez que queima calorias mesmo em repouso) perde sua capacidade de recuperação. Já os reservatórios de gordura se refestelam com suas vias de sínteses de lipídeos estimulados. Eles ficam ávidos por esse nutriente – e, quando ele chega, estocam-no com tudo.
Como se preparar para esse período sem radicalismo
1) Ao contrário do que o senso comum prega, chegue para a ceia sem muita fome. Lembre-se que ela nos torna mais instintivos que racionais. A gente chega a falar: “vou matar o que está me matando”, tamanho o poder dessa sensação. Nesse estado, você não escolhe direito o que vai comer e se deliciar com isso – o foco é apenas no volume. Me lembro com frequência de um casal que, quando a comida era servida nessa época de festas, praticamente saía correndo para se servir. É a fome no comando.
2) Saboreie o alimento. Coma prestando atenção no prato. Se você gosta da missa do galo e se encanta com o Papa Francisco, assista a missa sem mastigar nada – e coma antes ou depois dela. Evitar as distrações durante a refeição ajuda a se concentrar na comida, no sabor e no prazer.
3) Natal e Ano Novo tem todo ano. Pode parecer bobagem, mas muita gente se alimenta como se não houvesse amanhã. Acredite: haverá amanhã e podemos acordar mais felizes ao fazer uma boa refeição com os amigos e no controle da comida.
4) Essa é uma regra de ouro. Ao final da ceia, distribua os alimentos que não foram consumidos entre os amigos e familiares. Se você faz organiza a celebração em casa, peça para quem levou tal comida ou bebida pegar de volta o que não for consumido. Prolongar a ceia de Natal até o Ano Novo, além de fazer diversas refeições monótonas, deixa a variedade de nutrientes restrita.
5) Nessa época, também nos movimentamos menos. Ficamos mais preguiçosos, mesmo com mais tempo livre (já parou para pensar nisso?). Aproveite para caminhar com a família e os amigos, faça programas mais ativos, desfrute o sossego da cidade pra visitar as pessoas a pé e conhecer novos lugares… As opções para sair do sofá são várias.
6) Na hora de se servir sempre surgem perguntas como “O que é melhor: arroz branco ou integral?”. A resposta é: aquele que você gosta mais. O prazer é importantíssimo.
7) Se, mesmo assim, tiver exagerado, não fique mal. Consciente de suas decisões, volte à alimentação normal em vez de buscar uma compensação. Normalmente, a sensação de culpa fomenta decisões radicais, como cortar esse ou aquele alimento. Garanto que esses extremismos vão trazer o resultado contrário do desejado. Bom Natal e feliz 2018.