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Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito
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O sono como aliado do coração

No Dia Mundial do Sono de 2024, médico mostra como dormir bem afasta doenças cardiovasculares – pena que só 40% dos paulistas repousam como deveriam

Por Luciano Drager, cardiologista*
15 mar 2024, 08h21
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  • Se fosse para deixar um recado no Dia Mundial do Sono de 2024, celebrado em 15 de março, seria esse: um sono de qualidade e em boa quantidade (com cerca de sete a oito horas de descanso, dependendo da necessidade de cada pessoa) não é luxo. É necessário para a saúde em geral, bem como para a saúde do coração.

    Tanto que o “bom sono” integra a lista Life’s Essential, da Associação Americana do Coração, composta por oito fatores para uma vida plena: boa alimentação, atividade física, não fumar, controlar o peso, manejar o colesterol, gerenciar o açúcar no sangue, manter a pressão arterial em níveis adequado e… ter um sono saudável.

    Os benefícios se explicam. Uma noite bem dormida garante a limpeza das toxinas do cérebro formadas durante o dia, a consolidação da memória, a redução da pressão arterial e da frequência do coração, entre outras vantagens.

    Em contrapartida, dormir mal causa mais liberação de adrenalina, aumento da pressão arterial e inflamação dos vasos sanguíneos, entre outros eventos aptos a provocarem doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

    E não é só isso: indivíduos cronicamente privados do sono possuem maior risco de apresentar alteração nos níveis de açúcar e de colesterol, infecções, obesidade, declínio cognitivo e demência (incluindo Alzheimer e depressão).

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    +Leia também: Dormir bem pode ajudar a proteger seu cérebro

    Apesar disso tudo, não estamos fazendo o que deveríamos. Recente pesquisa da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – apurou que 11% dos entrevistados repousam quatro horas ou menos, 49% de cinco a seis horas e apenas 40% dormem o que deveriam (ou seja, sete horas ou mais).

    Na comparação com levantamento similar tabulado em 2023, foi detectada uma piora: no estudo anterior, 9,5% eram os que passavam quatro horas ou menos descansando enquanto 44% permaneciam adormecidos sete horas ou mais.

    Esta última edição da pesquisa, tabulada agora em 2024, contou com a participação de 2 764 pessoas das cidades de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Osasco, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Vale do Paraíba e na capital, sendo 58% mulheres e 41% homens. Vinte e três por centro dos consultados tinham mais de 55 anos; 14%, de 44 a 54 anos; 17%, de 35 a 44 anos; 20%, de 25 a 34 anos; 25%, de 15 a 24 anos e 1% eram menores de 14 anos.

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    Dia Mundial do Sono

    A data é promovida para alertar sobre a importância de se respeitar o relógio biológico e colocar o corpo em modo off por pelo menos sete horas.

    E vale lembrar que não é só a falta de tempo que impede o dormir bem: o ato de deitar-se não leva automaticamente ao sono.
    O excesso de preocupações e até doenças, como a depressão, são impeditivos para uma noite de repouso que, como vimos, não deve ser negligenciada por uma questão de saúde.

    Para quem tem problemas para conciliar o sono, vale buscar ajuda médica. Seu organismo, de maneira geral, e seu coração, em particular, merecem a chance de recarregar as forças para um dia seguinte pleno de energia ao mesmo tempo em que reduzimos o risco de doenças cardiovasculares.

    *Luciano Drager é assessor científico da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e presidente da Associação Brasileira do Sono.

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