Vacina contra HPV é especialmente bem-vinda a mulheres com diabetes
Nosso colunista explica o elo entre diabetes e maior risco de câncer de colo de útero e reforça a importância da vacinação e dos exames de rotina
As mudanças que o diabetes, especialmente o tipo 2, impõem ao organismo elevam o risco de alguns tipos de câncer. O mecanismo exato dessa associação não é bem conhecido, mas pode envolver algumas coisas ao mesmo tempo: o excesso de peso, a resistência à insulina e os níveis elevados de insulina e glicose na corrente sanguínea.
Em paralelo a tudo isso, existe o fato descrito em pesquisas clínicas de que mulheres com diabetes procuram fazer menos exames de rotina como o que inspeciona o colo do útero, a mamografia, a colonoscopia, etc. Em resumo, exames que rastreiam o câncer.
Na outra ponta, não dá para negar que também existe a dificuldade de acesso a esses exames, sobretudo em comunidades menos abastadas ou localizadas em áreas distantes dos grandes centros.
Pois bem, diversos estudos apontam um maior risco de câncer de colo de útero em mulheres com diabetes, e independentemente de etnia e classe econômica. Mais: parece que a presença do diabetes piora o prognóstico de tumores ginecológicos, tornando-os mais difíceis de serem curados e tratados.
Sabemos também que algumas infecções aumentam o risco de certos tipos de câncer. É o caso do papilomavírus humano, o HPV, determinante para o desenvolvimento do câncer de colo de útero.
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Mas esse agente infeccioso pode ser evitado por meio de vacinação. E a grande notícia que tivemos recentemente é o lançamento, no Brasil, de uma nova vacina para essa finalidade.
Desenvolvida pela farmacêutica MSD, ela é capaz de prevenir até 90% dos casos de câncer de colo de útero e pode ser aplicada em pessoas de 9 a 45 anos de idade, inclusive em homens (vale destacar que o HPV também está ligado a câncer de pênis, boca, garganta e ânus).
No total, são três doses do imunizante, por ora disponível em clínicas privadas: a segunda dose deve ser aplicada dois meses após a primeira; e a terceira, quatro meses após a segunda injeção.
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Mesmo com a boa proteção vacinal, nunca é demais lembrar da necessidade do exame ginecológico anual a fim de se manter protegida dessa e de outras doenças.
E a vacinação e o check-up são especialmente bem-vindos às mulheres que convivem com o diabetes.