Outubro Rosa: Revista em casa por 9,90
Imagem Blog

O Futuro do Diabetes

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
Continua após publicidade

Uma fórmula simples para detectar problemas no fígado

Com quatro dados em mãos, é possível sondar se o órgão está em apuros. Nosso colunista explica como se checa a presença da esteatose hepática

Por Carlos Eduardo Barra Couri
27 abr 2023, 09h25
Desenho de fígado
Acúmulo de gordura no fígado é mais comum entre quem tem diabetes e pode levar órgão à falência. (Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

O excesso de gordura no fígado (a esteatose hepática) é uma condição bastante comum, porém muito negligenciada pela sociedade e até mesmo por alguns médicos.

O número de casos de pessoas com acúmulo de gordura no fígado acompanha as cifras do sobrepeso e da obesidade. Nessa pandemia, a esteatose hepática acomete cerca de 30% da população mundial e se torna ainda mais prevalente em indivíduos com diabetes (cerca de 80%).

O problema é sério. Nos Estados Unidos, a esteatose hepática ocupa o segundo lugar na lista de causas de câncer de fígado. Sem falar que aumenta a propensão à cirrose, mesmo naquelas pessoas que não ingerem álcool.

O depósito gorduroso no fígado também sinaliza uma maior probabilidade de ter problemas cardiovasculares, isto é, o perigo de infarto, derrame, arritmias e afins bate à porta.

No Brasil, temos um enorme gargalo em relação a isso: a falta de diagnóstico correto. Na maioria das vezes, a detecção da gordura no fígado acontece após um exame de ultrassom do abdômen; em outras, a identificação vem depois de exames de sangue que apuram os níveis de duas enzimas, TGO e TGP (transaminase oxalacética e transaminase pirúvica, respectivamente).

Apesar de serem úteis, tais métodos flagram o excesso de gordura no fígado apenas em graus mais avançados. E não informam o estágio da doença.

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: Pesquisa acusa lacunas na prescrição de exames e remédios

A doença gordurosa do fígado evolui progressivamente. O primeiro estágio, o da esteatose em si, contempla apenas o acúmulo de gordura. Após alguns anos pode haver a progressão para esteato-hepatite, quando já existe inflamação associada. Daí pode avançar para fibrose, uma espécie de cicatriz no tecido hepático. E, se nada for feito, chegar à cirrose e à falência do órgão.

Mas calma: tal progressão nem sempre vai acontecer. E, com diagnóstico precoce e tratamento correto, é possível “rebobinar” a fita da gordura no fígado.

A elastografia hepática é o exame menos invasivo que nos mostra com mais antecedência o depósito gorduroso. Também nos mostra a fase da esteatose em que a pessoa se encontra.

Com a informação em mãos, os médicos podem traçar o melhor tratamento e a prevenção de sequelas a longo prazo. Infelizmente, porém, ainda é um exame pouco acessível para muitos brasileiros, apesar de haver disponibilidade no SUS e por convênios e seguros médicos. Muitos médicos nem sequer o solicitam na rotina (às vezes, por puro desconhecimento).

Continua após a publicidade

Fórmula de apoio

Para tentar driblar essa situação, pesquisadores de diversas partes do mundo se uniram para criar uma equação simples e prática capaz de detectar pelo menos os casos mais avançados de fibrose e cirrose: o FIB-4.

Através de um aplicativo de celular ou pelo computador, o médico insere apenas quatro dados do paciente para mensurar o risco que a pessoa tem de ter graus avançados de fibrose no fígado. Esses dados são: idade, valor do TGO, valor do TGP e número de plaquetas no sangue. Em menos de 30 segundos, temos o resultado. E os exames que nos ajudam a fazer a conta são simples, baratos e disponíveis no SUS.

Ao longo dos anos, temos encorajado os médicos a adotarem a equação no dia a dia de consultório. Mas, infelizmente, ela ainda não se popularizou.

Uma saída para ampliarmos o rastreamento de problemas hepáticos no Brasil, sobretudo esses casos mais avançados de fibrose e cirrose, seria que os laboratórios de análises clínicas inserissem o resultado da fórmula FIB-4 automaticamente nos resultados de exames que já contemplem TGO, TGP e plaquetas. Já há iniciativas nesse sentido. E elas ajudarão a alertar médicos e pacientes sobre eventuais perigos ao fígado.

Quer ver como funciona? Se você tem os dados, basta clicar aqui e uma ferramenta vai calcular seu risco.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.