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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Remédios modernos para diabetes podem ser incluídos no SUS. Ajude!

Tratamentos de última geração, que afastam infartos e outros problemas cardiovasculares em pessoas com diabetes tipo 2, estão em consulta pública

Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri
17 jan 2020, 14h42

O governo tem um mecanismo de participação popular para acrescentar novos medicamentos a serem fornecidos no SUS. É a chamada consulta pública, que visa trazer mais transparência e discussão em torno dos custos e dos benefícios que certos tratamentos podem trazer à rede pública.

Em 2020, aconteceu algo inusitado, que há mais de 40 anos não era visto. A comissão do SUS responsável por analisar a inclusão de novas terapias para diabetes deu um parecer inicial favorável à inclusão de dois remédios de uma mesma classe: empagliflozina e dapagliflozina.

Ambos possuem benefícios muito claros, como redução importante da glicose no sangue sem aumentar o risco de hipoglicemia (quando a glicose fica muito baixa). Além disso, promovem perda de peso — de três a quatro quilos, mais ou menos — e diminuição da pressão arterial e do ácido úrico.

Mas o grande ponto dessa classe veio em 2015, data da publicação do lendário estudo EMPA-REG. Ele foi o primeiro na história a mostrar uma queda nos eventos cardiovasculares (infarto, AVC etc) em pessoas com diabetes tipo 2. Nessa pesquisa, utilizou-se a empagliflozina em indivíduos que também tinham apresentado problemas cardiovasculares prévios. Além de evitar mortes, houve uma menor taxa de hospitalização por insuficiência cardíaca e de insuficiência renal crônica.

Posteriormente, estudos com dapagliflozina em populações com menor risco cardiovascular e também com aquelas já com insuficiência cardíaca revelaram benefícios cardiovasculares. Tudo isso, em conjunto, deu ainda mais robustez a essa importante classe de medicamentos.

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Como o parecer inicial da comissão do SUS foi favorável à inclusão dessas drogas, é necessário que todos participemos da consulta pública para reforçar essa posição e, finalmente, garantir essas opções de ponta à maior parte da população, que não tem recursos suficientes para bancar tratamento do tipo no longo prazo. Eu já participei e obviamente apoio a inclusão.

A meu ver, o maior custo inicial do governo com os remédios será amplamente compensado pelo menor risco de doenças cardiovasculares e internações por insuficiência cardíaca e insuficiência renal. Além do lado humano, creio que a medida seria excelente do ponto de vista financeiro: é mais barato prevenir sequelas do que tratá-las.

O relatório inicial do SUS aponta que esses medicamentos serão destinados a uma população parecida com a do estudo EMPA-REG, mencionado acima. Seriam pessoas com diabetes tipo 2, idade acima de 65 anos, que tiveram doenças cardiovasculares no passado e que já estejam usando medicamentos orais fornecidos no Sistema Único de Saúde.

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Acredito que, em etapas posteriores, um maior número de pessoas poderá se beneficiar, até porque há estudos positivos em outras populações mais jovens e com menor risco cardiovascular. Ainda assim, não podemos negligenciar essa possibilidade de um grande avanço.

Ajude a melhorar o tratamento das pessoas com diabetes tipo 2 no SUS!

Como? Para ter acesso à consulta pública, acesse este link. Aí, vá para a “consulta pública número 1”, com o título “Empagliflozina e dapagliflozina para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2”. Você então pode clicar em “Experiência ou opinião” ou, se for um especialista, em “Técnico científico”. Por fim, é só preencher um formulário, dar sua opinião… e ajudar milhares de indivíduo com diabetes tipo 2!

O prazo é até 3 de fevereiro de 2020.

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