Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Por que o diabetes descontrolado compromete a saúde dos ossos

Estudo brasileiro busca entender como taxas elevadas de açúcar no sangue favorecem fraturas — mesmo se a densitometria óssea não detectar alterações

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 20 dez 2019, 17h18 - Publicado em 20 dez 2019, 17h17

Pessoas com diabetes tipo 2 têm mais fraturas, mas não costumam apresentar alterações no exame de densitometria óssea, que avalia a saúde do esqueleto. Eis que um estudo acaba de apontar uma possível resposta para esse enigma.

O trabalho, realizado pela Fundação Pró Renal em parceria com o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, analisou a glicemia e amostras de osso coletadas em biópsia de 26 mulheres na pré-menopausa, diagnosticadas há pelo menos nove anos com diabetes tipo 2.

As voluntárias que tinham o pior controle glicêmico expressavam índices menores de formação óssea. Outras alterações estruturais detectadas sugerem que o excesso de açúcar no sangue abala a função de células envolvidas na manutenção do esqueleto. Ocorre que essas disfunções não aparecem nos exames tradicionais, embora facilitem as lesões.

E mais: a presença de complicações crônicas do diabetes, como retinopatia ou nefropatia, estava associada a um índice ainda maior de fraturas. Isso, no entanto, provavelmente sinaliza que a enfermidade, conforme progride, prejudica diferentes partes do corpo — inclusive a ossatura.

Continua após a publicidade

Trata-se do primeiro estudo a verificar a qualidade do osso diabético por meio da histomorfometria óssea, uma avaliação celular minuciosa do tecido. Os achados, resultados do doutorado do endocrinologista paranaense Vicente Andrade, foram publicados no periódico científico The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

O diabetes e a saúde dos ossos

Recentemente, a osteoporose foi oficializada como uma possível complicação do diabetes tipo 2. Mas o fato da densidade óssea se manter estável entre os pacientes intriga os cientistas.

Continua após a publicidade

“A pesquisa proporcionou um maior entendimento do que ocorre no osso do portador da doença”, disse, em comunicado, a endocrinologista Carolina Aguiar Moreira, membro da Fundação Pró-Renal que assina o artigo.

Não se sabe exatamente por que a glicemia alta provoca aquelas alterações no esqueleto, porém o estudo cita hipóteses já aventadas no passado. Pode ser que danos nos vasos sanguíneos que abastecem os ossos provocados pelo excesso de glicose deixam essas estruturas desnutridas. Também é plausível que o acúmulo de um tipo de molécula chamada “produto final de glicação avançada” (ou AGE, na sigla em inglês) esteja por trás dessa consequência.

De qualquer forma, os autores ressaltam que a saúde óssea de quem tem diabetes deve ser acompanhada de perto no consultório. “É importante os médicos saberem que, além das complicações clássicas, a glicemia não controlado predispõe a fraturas”, ressaltou Carolina.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.