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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes

OMS lista semaglutida e tirzepatida como medicamentos essenciais

Lista da entidade ajuda a nortear decisões de saúde pública em todo mundo. Inclusão para o tratamento da diabetes é uma vitória dos análogos de GLP-1

Por Carlos Eduardo Barra Couri
8 set 2025, 16h17
ozempic
Cientistas estudam eficácia e segurança de altas doses de semaglutida no tratamento da obesidade (Munro/Getty Images)
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A Lista de Medicamentos Essenciais (LME) da Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma das ferramentas mais importantes para orientar políticas de saúde em todo o mundo.

Criada em 1977, ela define quais medicamentos são considerados indispensáveis para atender às principais necessidades de saúde da população. Seu objetivo é garantir que todos tenham acesso a tratamentos eficazes, seguros e custo-efetivos, mesmo em contextos de recursos limitados.

Ser incluído nessa lista é um marco: significa que um medicamento não só possui comprovação científica robusta de eficácia e segurança, mas também é visto como uma prioridade de saúde pública global.

Recentemente, um anúncio histórico foi feito no campo do diabetes: a OMS incluiu os agonistas de GLP-1 (semaglutida, dulaglutida e liraglutida) e o agonista duplo de GLP-1/GIP tirzepatida na Lista de Medicamentos Essenciais.

A recomendação foi clara e criteriosa. Esses medicamentos passam a ser considerados terapias adicionais para o controle glicêmico em adultos com diabetes tipo 2 (e não para o tratamento da obesidade), desde que se restrinjam a uma população específica composta por dois itens:

  • Com presença de doença cardiovascular estabelecida (como infarto prévio, cirurgia de coronárias e derrame cerebral, por exemplo) ou doença renal crônica;
  • Com presença de obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²) com impacto significativo na saúde física e/ou qualidade de vida.
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    Assim, a OMS restringiu a indicação aos pacientes de maior risco, nos quais os benefícios são mais expressivos: melhora do controle glicêmico, redução de eventos cardiovasculares maiores, proteção renal, perda de peso significativa e melhora da qualidade de vida.

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    Reconhecimento global e impacto no acesso

    O fato de a OMS — uma instituição que atua em contextos onde os recursos são muitas vezes escassos — reconhecer esses medicamentos como custo-efetivos é uma vitória para milhões de pessoas com diabetes tipo 2 no mundo.

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    Historicamente, pedidos anteriores para inclusão dos GLP-1 haviam sido rejeitados. Agora, com evidências mais maduras e consistentes, a recomendação veio acompanhada de um forte sinal verde para que os países adotem essa classe terapêutica em seus sistemas de saúde.

    Isso abre caminho para negociações de preços, inclusão em protocolos nacionais e ampliação do acesso, especialmente em países de baixa e média renda, onde o impacto da epidemia de diabetes e obesidade é crescente.

    Preços ainda são um desafio

    Apesar dos benefícios, a OMS reconhece que os preços atuais desses medicamentos ainda são um obstáculo, limitando seu uso a sistemas de saúde mais ricos.

    A boa notícia é que já estão previstas quebras de patente e chegada de biossimilares de liraglutida e semaglutida nos próximos anos, o que deve aumentar a concorrência e reduzir custos. Além disso, as próprias empresas detentoras das patentes poderão reduzir os preços.

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    A OMS colocou a semaglutida como a referência principal. Mas, por estar listada com a chamada “caixa quadrada”, países podem optar também por liraglutida, dulaglutida ou tirzepatida, inclusive versões biossimilares ou genéricas no futuro.

    Essa decisão não é apenas técnica, mas política. Representa um reconhecimento internacional de que o tratamento moderno do diabetes tipo 2 vai além da glicemia: envolve também a prevenção de eventos cardiovasculares e a melhora da qualidade de vida, inclusive por meio do manejo do peso.

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    O caso do Brasil

    Para os pacientes, é um passo de esperança. Para os países como o Brasil, um incentivo a investir em terapias de alto valor clínico. E para a saúde pública global, um sinal de que é possível conciliar inovação, impacto populacional, sustentabilidade e acesso.

    Termino com a pergunta que não quer calar: quando teremos o acesso a estes medicamentos para os brasileiros com diabetes tipo 2?

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