Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Outubro Rosa: Revista em casa por 10,90
Imagem Blog

O Futuro do Diabetes

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes

Nobel de Medicina 2025 abre caminho promissor para tratar diabetes tipo 1

Descobertas premiadas neste ano podem abrir caminho para novas terapias que reeducam o sistema imunológico no combate à doença

Por Carlos Eduardo Barra Couri
6 out 2025, 12h27
diabetes-nobel-medicina-2025
O desenvolvimento do diabetes tipo 1 tem a ver com a imunidade  (Freepik/Reprodução)
Continua após publicidade

O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2025 trouxe os holofotes novamente para um tema que está no coração da imunologia moderna: o funcionamento do nosso sistema imunológico e, em especial, as células conhecidas como linfócitos T reguladores, ou Treg.

Essas pequenas, mas poderosas células, são as guardiãs da paz dentro do corpo — e estão no centro de uma revolução científica que pode mudar o futuro do diabetes tipo 1.

O que os vencedores do Prêmio Nobel descobriram

A cada ano, o Prêmio Nobel de Medicina reconhece descobertas que transformam nossa compreensão da vida e das doenças.

Em 2025, os laureados foram cientistas que ajudaram a desvendar como o sistema imunológico mantém o equilíbrio entre atacar invasores e proteger o próprio corpo. Essa descoberta tem implicações diretas para doenças autoimunes, como o diabetes tipo 1, a esclerose múltipla e o lúpus.

No diabetes tipo 1, o sistema imunológico “se confunde” e passa a destruir as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina — os chamados células beta. É como se o exército de defesa do corpo se voltasse contra seus próprios aliados. É justamente aí que entram os linfócitos Treg.

Os linfócitos Treg: guardiões da tolerância imunológica

Os linfócitos Treg são uma espécie de “freio” natural do sistema imunológico. Sua função é impedir que o corpo ataque a si mesmo, mantendo um estado de tolerância imunológica. Quando esses linfócitos estão funcionando bem, eles controlam a inflamação e evitam que células de defesa ataquem tecidos saudáveis.

Continua após a publicidade

Mas nas doenças autoimunes essa função reguladora é diminuída. Em outras palavras, o freio perde força, e o sistema imunológico acelera sem controle, destruindo as células que produzem insulina.

Estudos mostram que pessoas com diabetes tipo 1 apresentam quantidade e atividade reduzidas de Treg, o que contribui para o desequilíbrio imunológico que leva à doença.

+Leia também: A busca da cura para o diabetes tipo 1 com as células-tronco

Terapias que “treinam” o sistema imunológico

A boa notícia é que essa descoberta abriu caminho para uma nova era de terapias imunorreguladoras. Em laboratórios de todo o mundo, pesquisadores estão buscando maneiras de estimular ou treinar os linfócitos Treg para que voltem a desempenhar seu papel protetor.

Entre as estratégias mais promissoras estão:

Continua após a publicidade
  • Terapias celulares, nas quais linfócitos Treg são retirados do próprio paciente, multiplicados e “educados” em laboratório, e depois reinfundidos no organismo;
  • Medicamentos biológicos que aumentam a atividade ou o número dessas células;
  • Vacinas tolerogênicas, desenvolvidas para ensinar o sistema imunológico a reconhecer os tecidos do corpo como “amigos” e não como inimigos.

Vários estudos clínicos já foram realizados — alguns em modelos animais e outros em seres humanos — com resultados animadores. Ainda há muito a aprender, mas os avanços indicam que o uso terapêutico dos linfócitos Treg pode, no futuro, frear o processo autoimune e talvez até preservar a produção natural de insulina em pessoas com diabetes tipo 1.

Na pesquisa pioneira mundialmente em diabetes tipo 1 realizada na USP – Ribeirão Preto com imunossupressão intensa seguida de transplante de células-tronco da medula óssea do próprio paciente, uma das consequências positivas foi a associação entre o aumento do número de linfócitos Treg naqueles que ficaram mais tempo sem usar insulina.

Um futuro de esperança

Os pesquisadores que receberam o Prêmio Nobel de Medicina 2025 ajudaram a lançar as bases para esse futuro promissor. Suas descobertas mostraram que compreender a linguagem do sistema imunológico é essencial para reescrever a história de doenças consideradas, até pouco tempo, inevitáveis.

Continua após a publicidade

A aposta nos linfócitos Treg representa uma mudança profunda na forma de tratar o diabetes tipo 1: em vez de apenas substituir a insulina, o objetivo passa a ser reeducar o sistema imunológico — corrigindo o erro na origem do problema.

Compartilhe essa matéria via:

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Sua saúde merece prioridade!
Com a Veja Saúde Digital , você tem acesso imediato a pesquisas, dicas práticas, prevenção e novidades da medicina — direto no celular, tablet ou computador.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.