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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Medo, cura e outras falhas de percepção sobre o diabetes

Baseado em nova pesquisa, nosso colunista reflete sobre os problemas de conscientização que dificultam o controle da doença

Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri
Atualizado em 13 nov 2018, 18h30 - Publicado em 26 ago 2018, 14h35
Existe cura do diabetes?
É preciso enxergar o diabetes e suas reais consequências. (Foto: Gustavo Arrais/SAÚDE é Vital)
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Medo, negação, raiva… Esses são alguns dos sentimentos quando se recebe o diagnóstico de uma doença. Especialmente se ela for crônica e incurável, como é o caso do diabetes. É natural que, nesse contexto, muitos procurem uma saída mirabolante, um jeitinho de se livrar dessa situação sem ter de fazer grandes mudanças na vida.

Recentemente, tive oportunidade de ser o curador de uma importante pesquisa de percepção: “O que o brasileiro sabe (e não sabe) sobre diabetes”. O estudo, feito pela SAÚDE e pela área de Inteligência de Mercado do Grupo Abril, entrevistou 1050 pessoas, 387 com e 663 sem a doença. Devo ser sincero: fiquei perplexo com alguns achados.

A grande maioria dos pacientes que participaram do levantamento acha que o maior incômodo no dia a dia não é aplicar insulina nem picar o dedo para medir a glicose. A maioria se queixa mesmo é de não poder comer o que gosta e de ter de fazer exercícios. Mais: um número considerável de respondentes acha que é possível curar o diabetes por meio da dieta (o que não tem cabimento).

Entre outros dados que chamam atenção, poucos entrevistados enxergam o diabetes como causa de morte, apesar de o problema ser a terceira maior causa de óbitos no Brasil. Nos desvios de percepção, observamos ainda que boa parte dos pacientes tem mais medo de usar insulina do que de morrer. Ora, insulina salva vidas! Assim como uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física.

Devemos ter em mente que uma consulta médica, por mais longa que seja, não irá prover o paciente de todas as informações. E, felizmente, tem crescido a demanda de conteúdo em saúde na internet. A questão é que temos o dever de promover e replicar conteúdo de qualidade — e um conteúdo atraente para que as pessoas não sejam fisgadas pelos charlatães por aí.

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Temos mais de 26 milhões de brasileiros com diabetes ou pré-diabetes hoje. Esse tema, da prevenção ao controle, precisa ser discutido em escolas, nas igrejas, nos encontros da comunidade e dentro da família. Existem milhares de pessoas com sequelas da doença em busca de uma cura para o diabetes. E milhões de pré-diabéticos que poderiam prevenir a progressão do quadro com ajustes no estilo de vida.

Se a cura do diabetes já existisse certamente seria divulgada aos quatro ventos. Milionários, príncipes, artistas famosos nunca teriam diabetes. Somente informação, educação e entendimento podem transformar a raiva, o medo e a negação em ações positivas para a saúde.

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