Os avanços nos implantes dentários
Especialista reflete sobre o papel da tecnologia na evolução e no acesso a próteses dentárias (elas vão muito além das dentaduras)
O Brasil ainda é conhecido como o país dos desdentados. Cerca de 16 milhões de brasileiros vivem sem um dente sequer na boca. Não é à toa que dizemos que muita gente tem a ganhar com o maior acesso a próteses fixas ou removíveis e aos implantes dentários.
A prótese total, popularmente conhecida como dentadura, é a forma com o menor custo e complexidade para reabilitar uma pessoa sem dentes. Mas, claro, existem inúmeras limitações que serão transferidas ao paciente, como perda da capacidade mastigatória.
Nos casos em que se preserva parte da dentição, os implantes configuram uma opção ainda mais adequada. É possível restabelecer um ou alguns dentes perdidos de forma simples e segura. Com a evolução tecnológica, colocar um implante tornou-se algo cada vez mais acessível.
Para ter uma ideia, a tecnologia trouxe uma forma de acelerar a integração do implante com o osso, permitindo que o indivíduo possa ser reabilitado com a prótese em menor tempo. Isso graças ao tratamento que a superfície desses implantes recebe.
Na mesma linha, os modelos digitais estão cada vez mais sendo utilizados pelos implantodontistas. Imagine ter um desenho digital da sua arcada dentária e óssea, permitindo ao cirurgião escolher a melhor posição do implante e ajustar o que for preciso. O software responsável por esse modelo gera um arquivo que, encaminhado a uma impressora 3D, gera um guia cirúrgico fidedigno.
Esse guia vai permitir que o implante seja inserido no local pré-determinado sem que o paciente sofra qualquer corte nem precise tomar pontos ao final. A prótese é instalada no mesmo momento. Um procedimento que leva cerca de meia hora do início ao fim, na maioria dos casos. E saber que um implante no passado podia demorar semanas para ser confeccionado e instalado! São avanços que já viraram realidade e chegam a um número cada vez maior de pessoas.
Os avanços tecnológicos não param por aí. Temos evoluído muito nas pesquisas de substitutos ósseos, que visam diminuir os riscos relacionados aos enxertos. São biomateriais, técnicas e formas de utilizar os tecidos obtidos do próprio indivíduo de forma mais simples e que respondem ao melhor resultado tanto em qualidade quanto em velocidade na resposta de cicatrização.
Há alguns anos, essas tecnologias eram distantes da maioria dos profissionais implantodontistas. Hoje, felizmente, cada vez mais especialistas e pacientes podem tirar proveito delas.
* Dr. Maurício Querido é cirurgião-dentista, especialista e mestre em implantodontia e membro da Câmara Técnica de Implantodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo