Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Sequela do AVC, babação excessiva pode ser tratada com toxina botulínica

Casos mais comuns do problema conhecido como sialorreia estão relacionados às sequelas de AVC e doenças neurológicas

Por Karina Ferrão, cirurgiã-dentista*
17 set 2023, 10h30
botox-para-tratar-sequela-do-avc
Botox tem várias aplicações terapêuticas, incluindo na reabilitação do AVC  (Freepik/Reprodução)
Continua após publicidade

Algumas pessoas sofrem com a sialorreia, caracterizada pelo escape de saliva para fora da boca (babação), que pode ocorrer por causa de produção de saliva em excesso ou dificuldade de deglutição (disfagia).

A condição é comum em indivíduos que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC) ou são portadores de doenças neurológicas como Parkinson, paralisia cerebral e esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Uma das formas de tratamento dessa condição envolve o uso da toxina botulínica A, popularmente conhecida como botox. Amplamente utilizada em procedimentos estéticos, a substância é empregada há mais de duas décadas no controle da sialorreia.

+ Leia tambémOs usos do botox pelos dentistas

A toxina botulínica A é uma medicação injetável, produzida a partir da bactéria Clostridium botulinum que tem inúmeras indicações.

Além da ação em músculos, a toxina atua em glândulas sudoríparas, lacrimais e salivares, sendo esta última o foco da aplicação para reduzir a secreção de saliva.

Continua após a publicidade

A intervenção é antecedida de uma criteriosa avaliação do paciente para identificar o grau da sialorreia, que pode ser classificada em leve, moderada ou severa.

Considerado conservador e eficaz, o procedimento raramente leva a eventos adversos. Quando acontecem, são leves e de resolução espontânea, como equimose (roxo) e sensibilidade no local da aplicação ou boca seca.

A chance de uma complicação grave como anafilaxia é descrita na literatura científica como raríssima.

De onde vem a saliva e como pará-la

Os seres humanos têm três pares de glândulas salivares maiores (parótidas, submandibulares e sublinguais) e glândulas salivares menores.

Continua após a publicidade

As glândulas parótidas e submandibulares são responsáveis por 90% da produção total da saliva. São elas o alvo da toxina, que deve ser bem dosada para reduzir o fluxo salivar e não secar a boca do paciente, uma vez que a saliva exerce um papel importante na saúde bucal.

Diante de sua produção em excesso, existem outras alternativas além do botox. Entram na lista o uso de medicamentos anticolinérgicos, radioterapia e cirurgias para excisão parcial ou total das glândulas salivares.

+ Leia também: Estimulação cerebral tem resultados promissores na reabilitação após o AVC

Contudo, os anticolinérgicos apresentam efeitos colaterais, como cefaléia, retenção urinária, constipação, perda de acomodação visual e olho seco. A cirurgia, por sua vez, é uma opção considerada radical.

Continua após a publicidade

Vale observar a toxina botulínica tem um tempo de ação médio de 3 a 5 meses, que pode variar de pessoa para pessoa. O cirurgião-dentista responsável vai determinar o intervalo de aplicação de acordo com cada caso.

O botox no SUS

Atualmente, a toxina botulínica A consta nas diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) como principal opção terapêutica em casos de distonias, por exemplo, e outras patologias.

Porém, o cirurgião-dentista não está inserido como apto a prescrever e realizar o procedimento na rede pública. Isso dificulta o acesso dos pacientes ao tratamento, sendo que não há uma lei federal para tal.

No entanto, muitos profissionais conseguem, através da rede pública, em hospitais ou outras unidades, solicitar e realizar o procedimento. É de suma relevância que o governo federal inclua o cirurgião-dentista como profissional prescritor da toxina botulínica no SUS para que a população tenha maior acesso a essa opção terapêutica.

Continua após a publicidade

* Karina Ferrão é cirurgiã-dentista, conselheira efetiva e secretária do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.