Um estudo feito na Noruega mostrou que uma alimentação baseada em “comida de verdade”, com carnes magras, frutas, grãos integrais e castanhas, aumenta a expectativa de vida em até 13 anos.
A publicação ainda indica que, quanto mais cedo uma pessoa inicia esse padrão alimentar, mais anos de vida ela poderá ganhar. Esse é um grande motivo para ressignificar o estilo da alimentação, priorizando escolhas saudáveis.
Mas mudar os hábitos à mesa nem sempre é simples.
Mesmo sabendo dos inúmeros benefícios de comer de forma mais equilibrada, é muito fácil cair na tentação de recorrer àquele prato pronto congelado (cheio de sódio, gorduras e outros aditivos químicos) devido à praticidade e ao sabor. Isso acontece porque há vários fatores que influenciam a escolha alimentar. É o que chamo de “iceberg da alimentação”.
O que se come é a parte de fora do iceberg, aquela pontinha. Mas, embaixo d’água, há muito mais coisas que merecem atenção na dieta.
Fatores como hábitos, crenças, história de vida, experiências, sentimentos, pensamentos, sinais de fome e saciedade, disponibilidade, horário, tipo de ambiente, entre outros, exigem um olhar cauteloso se a intenção é colocar em prática uma mudança verdadeira no comportamento alimentar.
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Quem nunca comeu um chocolate por ansiedade, por exemplo? Se não há uma atenção em relação a esse impulso, e nem um esforço para pensar em outra coisa que resolva esse sentimento, fica muito mais difícil escapar do tal chocolate.
Daí o conceito de “fome emocional”. Ou seja, não há sintomas físicos de fome, mas, sim, um estado emocional com o qual é difícil de lidar. Nesse cenário, os alimentos – geralmente os mais açucarados e gordurosos – acabam ativando o sistema de recompensa do cérebro, através da liberação de dopamina. Isso traz um alívio imediato, mas, ao mesmo tempo, de curta duração.
Assim, aquele sentimento volta a aparecer, porque o problema não foi resolvido. Com isso, busca-se mais comida. Essa bola de neve pode até gerar uma compulsão alimentar.
Esse hábito, que se torna quase que inconsciente, pode ser alterado. E a chamada Nutrição Comportamental possui estratégias e ferramentas para ajudar nisso. Quanto mais consciência e autoconhecimento, maiores as chances de mudança.
Dessa maneira, a alimentação saudável será um prazer, e não mais uma obrigação. Como ela deve ser.
*Renata Cabral é nutricionista comportamental