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Quer viver mais? Coma melhor!

A composição da dieta tem tudo a ver com a nossa expectativa de vida, mas alterar o padrão está longe de ser algo fácil. Nutricionista conta o porquê

Por Renata Cabral, nutricionista comportamental*
25 jan 2023, 11h01
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  • Um estudo feito na Noruega mostrou que uma alimentação baseada em “comida de verdade”, com carnes magras, frutas, grãos integrais e castanhas, aumenta a expectativa de vida em até 13 anos.

    A publicação ainda indica que, quanto mais cedo uma pessoa inicia esse padrão alimentar, mais anos de vida ela poderá ganhar. Esse é um grande motivo para ressignificar o estilo da alimentação, priorizando escolhas saudáveis.

    Mas mudar os hábitos à mesa nem sempre é simples.

    Mesmo sabendo dos inúmeros benefícios de comer de forma mais equilibrada, é muito fácil cair na tentação de recorrer àquele prato pronto congelado (cheio de sódio, gorduras e outros aditivos químicos) devido à praticidade e ao sabor. Isso acontece porque há vários fatores que influenciam a escolha alimentar. É o que chamo de “iceberg da alimentação”.

    O que se come é a parte de fora do iceberg, aquela pontinha. Mas, embaixo d’água, há muito mais coisas que merecem atenção na dieta.

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    Fatores como hábitos, crenças, história de vida, experiências, sentimentos, pensamentos, sinais de fome e saciedade, disponibilidade, horário, tipo de ambiente, entre outros, exigem um olhar cauteloso se a intenção é colocar em prática uma mudança verdadeira no comportamento alimentar.

    + Leia também: Alimente-se sem perder o controle

    Quem nunca comeu um chocolate por ansiedade, por exemplo? Se não há uma atenção em relação a esse impulso, e nem um esforço para pensar em outra coisa que resolva esse sentimento, fica muito mais difícil escapar do tal chocolate.

    Daí o conceito de “fome emocional”. Ou seja, não há sintomas físicos de fome, mas, sim, um estado emocional com o qual é difícil de lidar. Nesse cenário, os alimentos – geralmente os mais açucarados e gordurosos – acabam ativando o sistema de recompensa do cérebro, através da liberação de dopamina. Isso traz um alívio imediato, mas, ao mesmo tempo, de curta duração.

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    Assim, aquele sentimento volta a aparecer, porque o problema não foi resolvido. Com isso, busca-se mais comida. Essa bola de neve pode até gerar uma compulsão alimentar.

    Esse hábito, que se torna quase que inconsciente, pode ser alterado. E a chamada Nutrição Comportamental possui estratégias e ferramentas para ajudar nisso. Quanto mais consciência e autoconhecimento, maiores as chances de mudança.

    Dessa maneira, a alimentação saudável será um prazer, e não mais uma obrigação. Como ela deve ser.

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    *Renata Cabral é nutricionista comportamental

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