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Precisão de exame para câncer de pele muda com o tipo da doença

Pesquisa avaliou eficácia da dermatoscopia frente ao tumor de pele mais comum. Um dos autores explica os achados

Por Felipe Cerci, dermatologista*
Atualizado em 2 set 2021, 10h40 - Publicado em 31 ago 2021, 10h06
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  • Existem diferentes tipos de câncer de pele e exames utilizados para identificar a área afetada pela doença, bem como as margens que deverão ser retiradas na cirurgia para extração total do tumor. Pois, em se tratando de carcinoma basocelular (CBC), o tipo mais comum de câncer de pele, um estudo recente realizado pelo nosso grupo demonstrou que a eficácia da dermatoscopia, método de investigação não invasivo da pele, varia de acordo com o subtipo da doença.

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    O exame foi preciso na delimitação das margens em 87% dos casos do subtipo mais comum desse tumor, conhecido como nodular. Entretanto, para outros subtipos como os esclerodermiformes e os micronodulares, a eficiência da dermatoscopia foi de 20% e 58%. Isso significa que a extensão de certos subtipos de CBC pode ficar invisível à dermatoscopia.

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    Bastante prevalente na população brasileira, o CBC é dividido e classificado em seis diferentes subtipos, de acordo com a forma pela qual suas células se organizam microscopicamente.

    No nosso estudo, foram avaliados 368 casos de pacientes com diferentes tipos de CBC: superficial, nodular, micronodular, infiltrativo, metatípico e esclerodermiforme ou misto. Os tumores analisados estavam localizados na região da cabeça, principalmente na face, e foram removidos com uma margem inicial de 1 a 2 milímetros.

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    A pesquisa foi motivada pelo fato de que, apesar de a dermatoscopia ser um método consagrado para auxiliar no diagnóstico do câncer de pele, não havia estudo avaliando a capacidade da metodologia em detectar as extensões laterais dos diferentes subtipos de CBC.

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    Para averiguar a acurácia do exame, utilizamos a cirurgia micrográfica de Mohs, técnica que permite examinar no microscópio 100% das margens cirúrgicas imediatamente após a remoção do câncer. Dessa forma, foi possível saber se a marcação dos tumores baseada na dermatoscopia era precisa ou não.

    Quando a dermatoscopia não foi precisa, o exame no microscópio mostrou que a margem estava comprometida e, então, um novo fragmento de pele foi retirado logo em seguida para garantir a extração do carcinoma e a cura do paciente.

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    Embora o CBC muito raramente dê metástase (quando se espalha para outros órgãos), ao longo dos anos ele pode causar destruição no local acometido quando não tratado ou se tratado de forma inadequada. Por isso, em áreas nobres da face, é fundamental que o tumor seja removido por completo para evitar recidivas e complicações futuras.

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    A remoção pode ser realizada com a cirurgia de Mohs — que examina 100% das margens durante a cirurgia logo após a sua remoção — ou através da técnica convencional, que examina entre 1 e 5% das amostras das margens dias após a cirurgia.

    Com esse trabalho, esperamos trazer novos dados para cercar ainda mais o câncer de pele com o arsenal de exames e conhecimentos disponíveis hoje.

    * Felipe Cerci é dermatologista, especialista em cirurgia de Mohs e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia

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