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As boas notícias do maior congresso sobre câncer do mundo

Confira um compilado dos destaques entre os mais de 2 500 estudos apresentados no evento, que aconteceu mais uma vez de maneira 100% virtual

Por Chloé Pinheiro
16 jul 2021, 14h17

Pelo segundo ano, o encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), o mais relevante congresso sobre câncer do mundo, aconteceu 100% online. Foram mais de 2 500 trabalhos apresentados, com dados de tratamentos cada vez mais efetivos e individualizados. Mapeamos os destaques com a ajuda de experts. Confira:

Para o câncer de mama não voltar

O olaparibe, uma terapia-alvo (tipo de remédio que bloqueia uma molécula específica no organismo), demonstrou reduzir o risco de regresso do tumor tipo HER-2 negativo em mulheres portadoras de mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2. O trabalho, batizado de OlympiA, acompanhou 1,8 mil pacientes com alto risco de recidivas por três anos.

Outra terapia-alvo, a iCDK4/6, provou aumentar a sobrevida de portadoras de outro tipo da doença em estágio avançado.

O poder da vacina contra o HPV

O câncer de colo de útero pode ser eliminado da face da Terra com os imunizantes que combatem esse vírus, reforça uma pesquisa divulgada no congresso. Ao analisarem dados dos Estados Unidos, cientistas notaram um declínio de 1% ao ano na incidência da doença nos últimos 17 anos. Eles atribuem o feito ao rastreamento de lesões pré-cancerosas por meio do exame papanicolau e à vacinação.Pena que a cobertura vacinal anda baixa no Brasil, na casa dos 40%.

Novo fôlego ante o câncer de pulmão

Eis um grupo de tumores cada vez mais compreendidos (e contra-atacados) pelos médicos. “Hoje sabemos que, apesar de ter origem nas mesmas células, cada tipo se comporta de um jeito bem diferente”, aponta Lênio Alvarenga, diretor da Roche Farma, fabricante do atezolizumabe, droga que bloqueia a ação de uma das proteínas utilizadas pela doença para escapar do sistema imune. O composto reduziu o risco de recidiva de tumores de não pequenas células em estágios 2 e 3 pós-cirurgia.

Proteção ao tubo digestivo

Uma das pesquisas que fizeram barulho no congresso avaliou o efeito de dois regimes de imunoterapia, com nivolumabe e ipilimumabe, para acompanhar a quimioterapia contra o tipo mais comum de tumor de esôfago, o de células escamosas.

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Ambos aumentaram a sobrevida dos pacientes para mais de um ano, ante nove meses da químio sozinha. Outros achados reforçam que a imunoterapia pode ser usada mais cedo também para o câncer de estômago.

Esperança para a próstata

A apalutamida, da Janssen, é um comprimido já utilizado para alguns casos de tumores na glândula que seguem avançando a despeito da castração química. Recentemente, estudos mostram redução de 35% no risco de morte em indivíduos já com a doença disseminada, mas havia dúvidas sobre a vantagem de usar mais um remédio no estágio final da doença. Pois um novo trabalho reuniu relatos de homens e mostrou que a terapia não atrapalha a qualidade de vida.

Até quando tentar?

Junto com os avanços tecnológicos, cresce a discussão sobre cuidados paliativos e o real benefício de tratar o paciente até os últimos instantes de vida, um tempo precioso, que poderia ser investido em momentos de prazer e convivência em família.

Um estudo brasileiro usou dados de quase 62 mil indivíduos tratados na rede pública que faleceram e mostrou que 45% deles passaram por quimioterapia no último mês antes da morte. Nem sempre precisa ser assim, ponderam os especialistas.

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Alvo inédito para remédios

O arsenal de imunoterapias vai crescer. Ao menos três farmacêuticas revelaram achados sobre o LAG-3, um ponto de verificação do sistema imunológico recém–descoberto. O termo faz referência a moléculas que atuam como reguladoras da resposta do corpo frente a um agressor. As células malignas de alguns tumores usam tais moléculas para despistar as defesas do organismo. Trata-se de um caminho promissor, que tende a funcionar em cânceres de origens diferentes.

Sucesso na defesa do rim

A sessão plenária, a mais importante do evento, destacou o estudo KeyNote-564, com potencial para mudar o tratamento do câncer de rim. A pesquisa descobriu que o uso do pembrolizumabe, outra imunoterapia, reduziu em 32% o risco de o tipo mais comum desse tumor voltar depois de ser retirado via cirurgia.

É a primeira vez que alguma estratégia consegue prevenir recidivas no órgão. Hoje ele já é aprovado no Brasil para um tipo de câncer de pulmão e contra o melanoma.

Fontes: Munir Murad Junior, oncologista da Oncomed BH; Debora Gagliato, Manoel Carlos de Azevedo, Antonio Carlos Buzaid, Fabio Kater e Ricardo Carvalho, oncologistas da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo

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