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Precisamos lidar com a gravidez não planejada em tempos de coronavírus

Médica alerta para a repercussão de gestações não programadas durante a Covid-19 e diz o que pode ser feito para evitá-las e preservar a saúde das mulheres

Por Dra. Thais Ushikusa, ginecologista*
13 jun 2020, 10h32

Recentemente, o Fundo de População da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou projeções sobre o impacto da pandemia de Covid-19 na saúde das mulheres ao redor do mundo. A organização chama a atenção para um problema de saúde global que tende a ser ignorado num momento de crise e pode apresentar piora significativa: a gravidez não planejada, especialmente entre as mais jovens.

A estimativa é que 47 milhões de mulheres em 114 países de baixa e média renda não consigam ter acesso a contraceptivos modernos, o que poderá resultar em 7 milhões de gestações não planejadas. O Brasil faz parte dessa estatística.

Isso acontece porque a situação atual compromete sobretudo o acesso a métodos contraceptivos, dificultando o planejamento familiar e a capacidade de assistência do próprio sistema de saúde, que tende a ficar sobrecarregado com a epidemia. Além disso, o medo de contrair o vírus faz com que muitas mulheres optem por não ir ao consultório médico.

Mas esse receio não pode ser maior do que o cuidado com as possíveis consequências de uma gravidez não planejada, especialmente em adolescentes. Essas meninas estão mais propensas a pobreza, desemprego, menores salários e menor nível educacional quando comparadas com aquelas que não engravidam nessa fase da vida.

Não podemos nos esquecer de que uma mulher grávida (em qualquer idade, vale ressaltar) também pode contrair o coronavírus, o que é um risco não só para ela, mas para o feto, já que a possibilidade de transmissão ainda não está totalmente esclarecida pela ciência.

Nesse cenário, os serviços que fornecem métodos de contracepção devem ser considerados essenciais e a população brasileira precisa ser conscientizada a respeito. Caso contrário, teremos de lidar com mais um efeito colateral negativo dessa crise.

O primeiro passo para as mulheres em idade reprodutiva é consultar o ginecologista. Atualmente, é possível inclusive realizar o atendimento virtual, ao menos para uma conversa inicial, o que já possibilita que o profissional entenda o perfil da paciente e defina com ela a melhor opção de contraceptivo de acordo com a sua realidade.

Os métodos de longa ação, como o implante e os DIUs, são recomendados como a primeira opção para quem não pretende engravidar num curto prazo, como adolescentes. Elas não precisam lembrar de tomar algo frequentemente, como ocorre com a pílula, o que traz segurança e eficácia por um tempo prolongado, de até dez anos. Não à toa, essa opção é considerada vinte vezes mais efetiva que os métodos de curta duração.

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Versões de DIU mais modernas — como um novo modelo que apresenta a menor dose hormonal e o menor tamanho do mercado — são uma boa alternativa, porque trazem mais conforto na colocação e atendem diferentes perfis de mulheres. Os DIUs hormonais e sua instalação são cobertos por planos de saúde, enquanto o DIU de cobre é encontrado gratuitamente no SUS.

Os métodos de longa duração são colocados pelo médico em consultório. Mas não há motivo para medo: a maioria dos produtos é comprovadamente segura e, com agendamentos marcados e todas as medidas de prevenção e higienização, a paciente não correrá riscos.

Ainda mais em um período de pandemia e crise econômica, a adesão aos contraceptivos, principalmente os de longa duração, traz ganhos individuais às mulheres que não querem ou podem engravidar no momento e benefícios a todo o sistema de saúde.

* Dra. Thais Ushikusa é ginecologista e obstetra e gerente médica de Saúde Feminina da Bayer

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