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Pré-eclâmpsia: exame aumenta chances de prever o problema na gestação

Caso de Lexa chama atenção para os riscos da condição e os avanços no diagnóstico que podem salvar vidas

Por Luciana Ferreira Franco, médica patologista*
12 fev 2025, 13h56
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Pré-eclâmpsia atinge cerca de 7% das gestantes brasileiras (DCStudio/Freepik/Reprodução)
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A internação recente da cantora Lexa por pré-eclâmpsia trouxe à tona os riscos dessa grave complicação na gravidez. A condição, que pode ter consequências fatais para mãe e bebê, levou ao parto prematuro de sua filha, que não resistiu e faleceu três dias depois.

Esse caso reforça a necessidade de avanços no diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia, um distúrbio que acomete aproximadamente 3% de todas as gestações e representa um grande desafio para a medicina.

A pré-eclâmpsia é um quadro grave que ocorre durante a gravidez, caracterizado pelo aumento da pressão arterial e sinais de comprometimento de órgãos, como rins e fígado. Geralmente, manifesta-se após a 20ª semana de gestação e pode evoluir para complicações sérias, tanto para a mãe quanto para o bebê.

A causa exata da doença ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que envolva problemas no desenvolvimento dos vasos sanguíneos da placenta.

Na maioria das vezes, a evolução da pré-eclâmpsia, quando bem acompanhada, é benigna. Porém, alguns casos podem progredir para outras condições clínicas graves, como acidente vascular cerebral hemorrágico, insuficiência renal e hepática, coagulopatia, edema agudo de pulmão e óbito.

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+Leia também: O que é pré-eclâmpsia? Saiba identificar sintomas e riscos

Diagnóstico precoce é desafio

A predição da pré-eclâmpsia com base apenas na história materna apresenta limitações. A Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia recomenda que todas as gestantes sejam rastreadas para pré-eclâmpsia no primeiro trimestre de gravidez.

Esse rastreio deve combinar a investigação de fatores de risco maternos e biomarcadores, moléculas que podem sinalizar problemas e são dosadas em testes laboratoriais.

A identificação de um subgrupo em risco de desenvolver o problema possibilita promover um pré-natal diferenciado, com diagnóstico prematuro das manifestações clínicas da doença e prevenção das suas complicações, antecipando as intervenções terapêuticas.

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Diante desse cenário, é importante contar com biomarcadores confiáveis, no entanto, o diagnóstico definitivo é baseado na associação com os critérios clínicos, como presença de hipertensão e proteinúria.

Usando biomarcadores na prática

Alguns biomarcadores estão associados ao desenvolvimento da pré-eclâmpsia e são considerados um critério importante para detectá-la, com valores de referência voltados para o monitoramento clínico. Entre eles destaca-se o PLGF (fator de crescimento placentário).

A dosagem do PLGF tem revolucionado o diagnóstico da pré-eclâmpsia, permitindo sua identificação precoce e intervenções mais eficazes. Ele reflete a função placentária e pode ajudar na tomada de decisões médicas.

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Em casos suspeitos, níveis abaixo de 100 pg/mL podem ser indicativos de risco aumentado de pré-eclâmpsia, enquanto valores inferiores a 12 pg/mL apontam alto risco de complicações, como a prematuridade.

Além do PLGF, outros biomarcadores como sFlt-1 (sFms-like tyrosine kinase-1) também são usados em combinação com PLGF para melhorar o diagnóstico e o prognóstico da pré-eclâmpsia. Um índice sFlt-1/PLGF elevado pode indicar maior risco de pré-eclâmpsia grave.

A incorporação de exames que medem biomarcadores na prática clínica pode transformar a detecção e o manejo da pré-eclâmpsia, reduzindo riscos maternos e neonatais e tornando a gestação mais segura.

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*Luciana Ferreira Franco é médica patologista clínico, Diretora Administrativa e Financeira da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML)

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