Você já parou para se perguntar como está a sua saúde mental? Ou parou por um segundo para perceber como tem reagido aos desafios diários, principalmente nestes tempos de pandemia?
São questionamentos que parecem mais do mesmo, mas são fundamentais de serem feitos. Eles estão diretamente ligados à nossa qualidade de vida. Ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declare a saúde mental algo tão importante quanto a saúde física para o bem-estar dos indivíduos, das sociedades e dos países, o tema segue muitas vezes em segundo plano. É urgente rever essa postura, sobretudo numa época tão desafiadora, em que confinamentos, incertezas e medos nos colocam à prova.
Pesquisadores de várias partes do mundo já atestam que abalos na saúde mental estão associados ao desenvolvimento ou agravamento de doenças mais graves, e não só psíquicas, como câncer, problemas cardiovasculares e artrite reumatoide. Seja pela forma como lidamos com nossas emoções, pensamentos e sentimentos, seja pela adoção de comportamentos inadequados ao longo da vida, o fato é que o desequilíbrio mental tem diversos reflexos no organismo.
Diante disso, além de tomarmos os cuidados necessários para nos proteger da Covid-19, é necessário reconsiderar uma série de estratégias e hábitos para alcançarmos o equilíbrio. A dúvida que muita gente tem é: como cuidar dessa parte tão importante de nossas vidas? Eu começaria perguntando: você medita?
Se a resposta for não, é hora de começar a considerar a meditação como um ponto de apoio em sua rotina. Falamos de uma prática de origem oriental milenar, relacionada à filosofia da ioga e ao budismo, e difundida como técnica capaz de potencializar e ampliar o alcance da mente.
Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a meditação busca facilitar e gerar uma estabilidade mental e emocional, por estar baseada no treino da concentração, que leva à superação da distração. Quanto mais focada a mente está, menor será o nível de perturbação que irá sofrer, o que a deixará menos suscetível a desequilíbrios.
O cardiologista Herbert Benson, fundador do Instituto Médico Mente-Corpo do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, destaca que uma mente calma é capaz de projetar bem-estar em qualquer tipo de situação. As pausas proporcionadas pelas meditações e práticas de ioga, como o yoga dance, permitem uma desintoxicação de tantas informações e estímulos externos. São oportunidades para digerir emoções que não tiveram tempo de serem acessadas diante das mudanças rápidas que acontecem e exigem um agir veloz no dia a dia.
Essas pausas são terapêuticas pois dão a oportunidade de olhar e sentir com mais profundidade que vida estamos levando e o que é realmente essencial. Sem elas, ficamos adormecidos no automático, desligados dos sentimentos. Somos literalmente engolidos pelo mundo, seus automatismos e apelos. E, para aprender a lidar com nossas emoções, aceitar quem somos e trabalhar o autoconhecimento, nossa pausa não precisa ser sem movimento. A pausa permite e precisa da fluidez, como demonstram técnicas de ioga.
Já pensou em pausar dançando, por exemplo? Fica a dica para que a vida possa fluir no momento presente e você possa ganhar saúde e prazer de viver.
* Fernanda Cunha é praticante e instrutora de ioga e criadora do método Yoga Dance