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Pacientes oncológicos correm maior risco de ter doenças bucais

Para prevenir problemas como cáries e gengivite, é fundamental consultar um especialista após o diagnóstico de um tumor

Por Paulo Zahr, cirurgião-dentista*
24 jan 2023, 12h59
saúde bucal
Com a imunidade mais baixa devido às altas doses (de medicação ou radiação) administradas durante o tratamento, algumas lesões ou doenças podem aparecer na cavidade bucal do paciente (Ilustração: Pedro Hamdan/SAÚDE é Vital)
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No Brasil, anualmente inúmeras pessoas são diagnosticadas com algum tipo de câncer. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), até 2022, a estimativa era de 625 mil novos casos.

Entre os tratamentos mais comuns para a enfermidade, que ainda desafia a ciência, estão a quimio e a radioterapia. Nesses casos, as células cancerígenas são bombardeadas frequentemente – porém, algumas que não são o alvo da medicação também acabam atingidas.

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Com a imunidade mais baixa devido às altas doses (de medicação ou radiação) administradas durante o tratamento, algumas lesões ou doenças podem aparecer na cavidade bucal do paciente. Cabe ao cirurgião-dentista identificá-las e tratá-las. Mas, para isso, é preciso que o indivíduo seja examinado tão logo receba o diagnóstico do câncer.

Os problemas bucais mais comuns entre quem tem câncer

Uma doença que pode surgir nesse momento é a cárie, já que ela é provocada por uma alteração do pH da saliva, o que reduz a capacidade de defesa contra infecções bucais.

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Outra enfermidade capaz de aparecer é a gengivite, uma inflamação localizada na gengiva. É que, com a exposição à radiação do tratamento, a contagem de plaquetas sanguíneas diminui, deixando a mucosa mais sensível. E, apesar da boa higiene, isso leva ao acúmulo de placa bacteriana, gerando a inflamação.

Agora, um dos quadros mais prevalentes em pacientes oncológicos é a mucosite, uma inflamação generalizada na mucosa, que é comparável à presença de dezenas de aftas.

+ Leia também: Gengivite e periodontite: um bate-boca dentro do corpo

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Essas lesões dificultam a alimentação e a ingestão de líquidos, o que pode, como consequência, interromper a terapia contra o câncer.
Além disso, as feridas são uma porta para micro-organismos e doenças oportunas em pessoas que já estão com a imunidade baixa.

É importante ressaltar que as condições de cada paciente vão influenciar na escolha do tratamento a ser seguido, uma análise que deve ser realizada pelo cirurgião-dentista.

*Paulo Zahr é cirurgião-dentista e fundador e presidente da OdontoCompany

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