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Os obstáculos para uma vida mais saudável e feliz

Professor examina as barreiras atuais ao nosso bem-estar e dá conselhos para construirmos uma rotina com mais felicidade

Por Gustavo Arns, especialista em psicologia positiva*
19 dez 2020, 17h34
ilustração de um cérebro caminhando
Falta de autocuidado e excesso de negatividade conspiram contra a felicidade.  (Ilustração: Grivina/iStock)
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Dentro da ciência da felicidade, uma das definições mais aceitas do que é ser feliz é a do professor Tal Ben-Shahar: uma conexão entre aspectos do bem-estar subjetivo e da nossa saúde. Pelo nível de abstração do termo, o especialista diz ser impossível buscar a felicidade diretamente. Na verdade, ela é alcançada por meio dos seus componentes: bem-estar físico, mental, intelectual, relacional e espiritual.

Muitos estudos buscam compreender o que podemos fazer para ser mais felizes e trazem diversas possibilidades de práticas para elevar cada um desses aspectos em nossa vida. Mesmo assim, apesar de muito esforço, algumas pessoas parecem não conseguir atingir ou se manter em um estado positivo por muito tempo.

Nesses casos, é importante notar que existem vários obstáculos para a construção da felicidade. São hábitos e comportamentos que realmente nos impedem de ser mais feliz.

Um deles é o excesso de tempo no celular. Hoje, muitos de nós trabalhamos com smartphones e, de fato, é conveniente responder a um e-mail e a um cliente ou a seu chefe no WhatsApp, mas é preciso se desconectar de tempos em tempos, sobretudo enquanto estivermos com amigos e familiares. Os relacionamentos são de vital importância para o nosso bem-estar e o tempo que passamos fisicamente juntos é fundamental na construção dessas interações.

Sim, é preciso se desconectar. Um bom conselho é deixar o celular fora do seu alcance enquanto estiver curtindo um momento com a família e, assim, não incorrer na mania quase inconsciente de checar o telefone toda hora.

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O segundo grande obstáculo para nossa felicidade é o excesso de negatividade. Reflita sobre o que você tem consumido mental e emocionalmente e qual o seu estado interno. Notícias, WhatsApp, redes sociais, tudo que você lê e assiste na televisão e as pessoas com quem você conversa podem deixá-lo mental e emocionalmente mais positivo ou negativo. E manter os pensamentos sempre focados nos problemas, no que pode dar errado e naquilo que falta também contribui com a infelicidade.

Isso nos leva ao terceiro obstáculo, que é não apreciar aquilo que você já tem. Quando alimentada, a negatividade nos conduz a mais dificuldades e nos impede de enxergar o brilho da vida. Se estamos sempre pensando no que nos falta ou em como as coisas poderiam estar melhores, acabamos por perder a beleza de tudo aquilo que possuímos e do que conquistamos na vida. Como diz o professor e autor Guilherme Krauss: “A vida é boa como ela é e não como ela poderia ser”.

Então, faça uma reflexão e aprecie tudo aquilo que você tem nesse momento. O exercício da gratidão é muito poderoso nesse sentido e nos ajuda a manter o olhar voltado para esse lado positivo, nos auxiliando a contornar as adversidades.

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Por fim, o último obstáculo é não ter tempo para o autocuidado. Muitas pessoas arranjam tempo para tudo. Para atender as demandas do trabalho, dos amigos e familiares e acabam descuidando de si mesmas. Cuidar de si é fundamental para trilhar os caminhos da felicidade e isso demanda tempo. Um bom tempo de sono, para as refeições, as práticas de exercícios físicos, a leitura, as práticas espirituais… Enfim, aquilo que for importante para você deve fazer parte da sua agenda.

Remover os obstáculos para a construção de uma vida mais feliz é um dos melhores caminhos para elevar nossa sensação de bem-estar e encontrar mais saúde.

* Gustavo Arns é professor na Pós-Graduação da PUC-RS, cofundador dos Centros de Estudos da Felicidade e idealizador do Congresso Internacional de Felicidade, que acontece em Curitiba

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