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Ombro ‘congelado’ causa dor e dificuldade de movimentação

Especialista conta o que está por trás do problema e como resolvê-lo

Por Nemi Sabeh Jr., ortopedista*
26 dez 2022, 09h42
dor nos ombros
O problema é multifatorial e as principais causas estão relacionadas a lesões, diabetes, depressão, doenças da coluna cervical, traumatismos e até menopausa (Foto: Inge Poelman/Unsplash/Divulgação)
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Você sente dor ao movimentar os ombros e já notou algum tipo limitação dos movimentos? A causa pode ser a capsulite adesiva. A inflamação da estrutura capsular da articulação é tão intensa que as pessoas acometidas pela doença sentem como se o ombro estivesse congelado, já que há diminuição da capacidade de mobilidade e rigidez.

O problema é multifatorial e as principais causas estão relacionadas a lesões, diabetes, depressão, doenças da coluna cervical, traumatismos e/ou pós-cirúrgico.

Mas a condição pode aparecer também devido à menopausa. É que a queda da produção de estrógeno, hormônio que funciona como uma proteção natural aos ossos, aumenta a ocorrência de osteoporose nessa fase da vida, e também é um dos agravantes dos problemas nas articulações.

Tanto que, de acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, do Ministério da Saúde, entre os principais acometidos pela capsulite adesiva estão as mulheres, sobretudo aquelas entre os 40 e 70 anos de idade.

+ Leia também: O que é a menopausa: quais tratamentos e formas de prevenção dos sintomas

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A demora no diagnóstico facilita a progressão da patologia, que já é caracterizada por se desenvolver aos poucos, em um ciclo dividido em três fases.

No início, durante a fase inflamatória, o paciente pode se queixar de dor aguda quando tenta movimentar o ombro. Em seguida, é comum a dor regredir – no entanto, é nesse momento que surgem os primeiros sinais de limitação de movimento, principalmente as rotações. Já na última fase o ombro vai retornando aos poucos ao seu normal. Isso pode demorar até dois anos.

O tratamento

Ele vai depender do estado do paciente, isto é, a fase em que a doença se encontra, a intensidade de dor e o nível de limitação de movimentos.
Para lidar com os efeitos da capsulite adesiva geralmente são indicados o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, e até mesmo alguns procedimentos de anestesia.

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No entanto, ao contrário do que muita gente pensa, a fisioterapia pode piorar o quadro.

Vale ressaltar que, se não tratada, a capsulite adesiva pode afetar a qualidade de vida, dificultando a execução de tarefas (das mais simples às mais complexas), tirando a autonomia dos indivíduos – especialmente aqueles com idades mais avançadas. Não à toa, a condição pode ocasionar outros efeitos negativos, como o desenvolvimento da depressão.

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Ombro travado, saúde mental em risco

Segundo uma pesquisa alemã, publicada pelo Jornal de Pesquisa Psiquiátrica, em 2022, pacientes com essa condição têm maior risco de sofrer com problemas relacionados à saúde mental.

O estudo incluiu 29 258 pessoas com capsulite adesiva e 29 258 sem o problema, e a incidência de depressão foi de 17,5% no primeiro grupo e de 8,7% no segundo.

Por isso, a dor no ombro não deve ser ignorada nem abordada com automedicação. É fundamental procurar um especialista que indique um protocolo de tratamento. Assim, em pouco tempo, é possível minimizar a dor, recuperar os movimentos e se restabelecer completamente.

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*Nemi Sabeh Jr. (CRM 104568), ortopedista, especialista em medicina do esporte, cirurgião, integrante do núcleo de especialidades do Hospital Sírio-Libanês e da On, centro integrado de evolução corporal, em São Paulo.

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