Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

O cuidador como ponte afetiva entre a família e a pessoa com demência

Esse profissional, se cumpre certos requisitos, é capaz de restabelecer laços familiares estremecidos por doenças que afetam a cognição e a independência

Por Renata Lima, psicóloga*
24 jan 2024, 18h10

Hoje, vemos idosos alcançarem a casa dos 100 anos de idade – e poucos chegam até essa faixa etária sem algum comprometimento cognitivo. E, ao contrário de antes, muitos dos familiares trabalham fora e não têm a disponibilidade nem o conhecimento para cuidar desses idosos.

Por isso, a figura do cuidador profissional se torna essencial, tanto para suprir uma necessidade de tempo, que a família já não dispõe, quanto pela falta de habilidade e conhecimento para atender o indivíduo de maneira adequada.

Em muitos casos, lidar com a família é mais desafiador do que com o próprio paciente. Talvez o principal obstáculo seja a aceitação de que o papel daquele idoso no ambiente familiar mudou para sempre.

+ Leia também: Entenda o que é e como lidar com a Síndrome do Pôr do Sol

Aquele familiar provedor e ativo perde espaço para uma versão mais dependente, que às vezes não reconhece os filhos e têm atitudes consideradas irracionais ou agressivas. Para a família, é complexo aceitar isso.

Quando o cuidador faz orientações sobre como a alimentação deve ser preparada e oferecida, ou sobre como organizar a casa, ele está oferecendo um suporte que ajuda a tornar o dia a dia mais fácil. Mas às vezes a família não acata as recomendações por não aceitar a nova realidade, e isso torna tudo mais desgastante – para todos.

Continua após a publicidade

Laços afetivos

Muitas pessoas acreditam que o trabalho do cuidador se limita a tratar da higiene, da alimentação e da supervisão da saúde, mas vai muito além disso. Quanto mais ativo e estimulado for o paciente, mais qualidade de vida ele preserva.

Isso significa que o cuidador profissional está sempre atento às preferências desse paciente, procurando ferramentas de estimulação, como passatempos, filmes, conversas, atividades recreativas que já gostava… E o cuidador deve incentivar a participação da família nessas atividades para resgatar o convívio e a própria dignidade.

Até por isso eu digo que o cuidador precisa ter algumas características pessoais para se desenvolver nessa carreira. Talvez a principal delas seja a empatia.

+ Leia também: A invisibilidade e os desafios das mulheres cuidadoras no Brasil

Imagine perder gradativamente sua capacidade de falar, de se alimentar, de se lembrar de fatos e pessoas etc. A reação a isso pode ser muito diferente de idoso para idoso.

Continua após a publicidade

É muito comum a apresentação de algumas mudanças de temperamento, agressividade, ansiedade, depressão. As famílias sofrem junto por não saberem lidar com essas mudanças.

Nesse contexto, o cuidador entra como a ponte que leva conhecimento e estratégias para lidar com essa nova estrutura familiar. É importante que o profissional tenha conhecimento técnico para enfrentar a evolução da doença e naturalizar todo esse processo, tranquilizando paciente e familiares.

A presença ativa do cuidador fortalece o suporte emocional, facilita a comunicação eficaz e promove um ambiente acolhedor. Ser o elo entre a família e o paciente não é apenas uma tarefa, mas uma decisão de amor e cuidado.

*Renata Lima é psicóloga e pós graduada em Gerontologia, com especialização em Gestão de Pessoas. Atua como administradora e responsável pelo recrutamento e seleção na Padrão Enfermagem Guarulhos desde 2016, além de promover palestras e treinamentos para cuidadores profissionais e familiares de idosos.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.