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Flúor na água: notícias falsas ameaçam a saúde pública

Nos Estados Unidos, algumas regiões já proibiram a fluoretação, mas isso é um erro que pode ter um custo alto à saúde pública

Por Paulo Frazão, cirurgião-dentista*
Atualizado em 25 ago 2025, 13h49 - Publicado em 25 ago 2025, 13h48
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Robert F Kennedy Jr., secretário de saúde dos EUA, é um dos principais defensores do banimento do flúor na água (Wikipedia/Reprodução)
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Desde janeiro, com a posse de Donald Trump nos Estados Unidos, diversas decisões do presidente estão causando discussões e polêmicas em seu país e ao redor do mundo.

Na área da saúde, mais especificamente na odontologia, uma das questões mais comentadas é a crítica ferrenha à fluoretação da água potável, encabeçada por Robert F Kennedy Jr., atual secretário de saúde do país.

A fluoretação nos Estados Unidos ocorre desde 1945. Inúmeros estudos ao redor do mundo comprovaram que o fluoreto em torno de 0,5 a 1,0 mg por litro presente na água de abastecimento diminui o índice de cárie na população e é seguro para a saúde humana.

Diante das evidências científicas, a Organização Mundial da Saúde, a Associação Internacional de Pesquisa Odontológica, a Federação Dentária Internacional e várias outras entidades internacionais e nacionais recomendam esta tecnologia de saúde pública.

A despeito dessa sólida base de evidência, estados americanos estão considerando a interrupção da fluoretação da água. Utah e Florida, por exemplo, aprovaram regulamentos nessa direção.

+Leia também: Peter Hotez: “As coisas ficaram muito sombrias nos Estados Unidos”

Fluoretação da água no Brasil

No Brasil, a Lei n.º 6050, aprovada em 1974, determina que as estações de tratamento de água devem prover a fluoretação. Investigações científicas comprovaram que a fluoretação da água reduziu casos de cárie entre 50% e 65% após a sua implantação no país.

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Atualmente, no Brasil, mais de 75% da população recebe água tratada e fluoretada. Desde a aprovação da lei, cada vez mais brasileiros contam com os benefícios desta proteção oferecida à saúde bucal.

Com o advento da tecnologia, muitos municípios conseguiram implementar mecanismos de vigilância sanitária para controlar a exposição ao fluoreto e o cumprimento da legislação sobre a qualidade da água.

A vigilância da concentração do fluoreto na água é feita pelo Programa Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede Vigifluor assegura apoio técnico especializado e contribui para a atualização das informações sobre efetividade e segurança da fluoretação.

Fake news e riscos à saúde pública

Notícias falsas sobre a fluoretação circulam nas redes sociais e colocam em risco a confiança da população nesta importante tecnologia de saúde pública.

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As fake news criam insegurança na população ao apontar que o flúor pode trazer malefícios para a saúde. As informações falsas tentam associar a fluoretação como causa de várias doenças.

Quando consultados, especialistas explicam que toda água tem uma certa quantidade de fluoreto, inclusive as águas engarrafadas, que o fluoreto é um mineral presente na natureza, e que a fluoretação é uma técnica de ajuste da concentração para níveis seguros e adequados para prevenção da cárie e da fluorose dentária.

Em 3 de junho de 2025, o Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal divulgou parecer técnico-científico sobre dúvidas a respeito da fluoretação da água recebidas no FALA.BR, uma Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação, disponibilizada pelo Governo Federal.

+Leia também: Fake news colocam a saúde em risco – saiba como se blindar

Resultados na prática

A primeira cidade brasileira a implementar o método foi Baixo Guandu, no Espírito Santo, em 1953.

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Dez anos após a implantação da fluoretação, a cidade apresentou redução de 65% na prevalência da cárie dentária em crianças de 6 a 12 anos, conforme informações divulgadas pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).

Uso do flúor no controle da cárie

O flúor também é usado no controle da progressão de lesões iniciais causadas pela cárie. As glândulas salivares e o fluido gengival liberam o fluoreto absorvido após a ingestão da água e de alimentos.

O controle também ocorre pelo contato direto do esmalte dentário com substâncias contendo fluoreto como os dentifrícios usados para auxiliar a escovação dentária.

Fluoretação no mundo

A tecnologia é usada por cerca de 25 países, alcançando aproximadamente 400 milhões de pessoas no mundo. Cada país é soberano para definir a legislação sobre o tema, que regulamenta a quantidade de flúor utilizada.

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No Brasil, são recomendados valores entre 0,6 e 0,9 mg F/L, de acordo com as condições climáticas do território. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda concentrações entre 0,5 e 1,0 mgF/L na água de abastecimento público.

Principais benefícios do flúor

Entre os principais benefícios do flúor estão: o menor gasto da família com tratamento odontológico, o menor absenteísmo no trabalho e na escola, a diminuição da perda dentária precoce e a consequente retenção de dentes ao longo da vida.

 Paulo Frazão é cirurgião-dentista, presidente da Câmara Técnica de Saúde Coletiva do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

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