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Fevereiro Roxo: como a fisioterapia pode ajudar contra o Alzheimer

A doença de Alzheimer também causa sintomas físicos, que podem ser amenizados com a fisioterapia. Saiba mais no Fevereiro Roxo

Por Marcio Rogério Renzo, fisioterapeuta*
Atualizado em 2 fev 2021, 16h58 - Publicado em 1 fev 2021, 10h01
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  • A doença de Alzheimer, causada por uma degeneração progressiva dos neurônios, é conhecida por sintomas como: perda de memória, dificuldade de orientação no tempo e no espaço, limitação na capacidade de desenvolver pensamentos abstratos ou de aprender novos conceitos, déficits de linguagem e comunicação… Mas não é só a cognição que sofre com a mais comum das demências. Em homenagem ao Fevereiro Roxo, o mês de conscientização dessa enfermidade, eu gostaria de trazer outras possíveis consequências do Alzheimer — e como a fisioterapia pode amenizá-las.

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    Essa doença se apresenta basicamente em quatro fases:

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    Inicial: caracteriza-se pela perda de memória, confusão e desorientação, ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança, alteração de personalidade e do senso crítico. Começam a surgir dificuldades de realizar as atividades de vida diária (tomar banho, cozinhar, telefonar etc.)

    Intermediária: os pacientes sofrem para reconhecer familiares, amigos e ambientes conhecidos. Há possibilidade de alucinações, perda de apetite e de peso, incontinência urinária, dificuldades na comunicação, movimentos e falas repetitivas, problemas com sono. A necessidade de apoio para atividades rotineiras aumenta.

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    Final: aqui, a dependência total já está estabelecida. A imobilidade é crescente, com tendência a assumir a posição de proteção (fetal). Os pacientes tendem a emudecer e ficarem restritos à poltrona ou ao leito, o que favorece úlceras de pressão (escaras). Há ainda incontinência urinária e fecal (dupla) e intensificação de infecções urinárias e respiratórias.

    Terminal: agravamentos dos sintomas da fase final, infecções de repetição, disfagia (necessidade de alimentação enteral).

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    E onde entra a fisioterapia?

    Nas fases inicial e intermediária, a perda de massa muscular e as alterações de postura e coordenação motora geram maior dependência nas atividades de vida diária. A fisioterapia trabalha nesse momento justamente para tentar preservar a autonomia, utilizando-se de técnicas para fortalecimento muscular, alongamentos, consciência corporal, coordenação motora, além de trazer o bem-estar psicológico ao proporcionar uma melhor qualidade de vida.

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    Com a progressão da doença, o paciente pode ficar restrito ao leito. Aqui, a fisioterapia intervém através de cuidados paliativos de suma importância. O tempo prolongado na cama e a perda de mobilidade são fatores que levam ao surgimento das escaras de pressão. Mas há técnicas para estimular a cicatrização.

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    Outro problema nessa fase é o alto índice de problemas respiratórios como pneumonia, pneumonia aspirativa etc. Na fisioterapia, as técnicas para higiene brônquica, aumento da capacidade ventilatória e outras são muito benéficas.

    Quantas sessões têm que ser feitas?

    Não há como prever cada caso. Porém, é comum se aconselhar de duas a três sessões por semana com o fisioterapeuta, além de exercícios diários.

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    Se não há condições financeiras para custear o acompanhamento mais próximo, pode-se contratar um profissional para uma avaliação e evolução a cada três meses. Nesse cenário, o fisioterapeuta vai orientar os familiares e cuidadores sobre quais exercícios fazer e quais cuidados adotar.

    É importante entender que cada paciente é único. Reconhecer as limitações fisiológicas da idade e da doença são fundamentais para atingir o resultado adequado.

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    A prevenção ainda é o melhor dos remédios

    Foram comprovados em estudos que hábitos saudáveis afastam o Alzheimer. Pessoas que adotam uma dieta equilibrada, não abusam de álcool (duas doses diárias para homens e uma para mulheres), evitam o cigarro, praticam atividades físicas e mantêm estímulos cognitivos (leitura, escrita, aprendizagem etc) apresentam uma redução de quase 60% no risco de desenvolver a doença.

    E atenção: esquecer onde colocou a carteira ou a chave do carro não quer dizer que você esteja com Alzheimer. A perda de memória pode ser causada por uma infinidade de fatores (medicamentos, depressão, distração, uso de álcool, estresse).

    No caso dessa demência, há um esquecimento de eventos recentes, locais e pessoas da família que acabam atrapalhando o desenvolvimento das atividades diárias. Esses são fatores importantes em se observar, principalmente em idosos.

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    Ao sentir ou perceber que algo não está bem, procure orientação de um profissional habilitado! Até porque o Alzheimer não é um problema raro.

    Segundo a dados oficiais, o Brasil possui cerca de 1,2 milhão de pessoas com a doença. No mundo, o número deve chegar a 35,6 milhões. E, com o envelhecimento da população mundial, há uma expectativa de aumento de casos nos próximos anos, chegando 65,7 milhões de pacientes em 2030.

    Essa é uma crise de saúde pública que demandará dos governos atenção e gastos. E a fisioterapia pode ser muito útil.

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    *Márcio Renzo é fisioterapeuta e capitão do Corpo de Bombeiros de São Paulo

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