Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Encare o climatério como uma nova jornada pela sua saúde

Autocuidado, acompanhamento médico e uso inteligente da tecnologia tornam a menopausa uma fase mais tranquila de ser atravessada

Por Odilon Iannetta, ginecologista*
20 nov 2021, 14h03
sintomas de menopausa
Menopausa demanda novos cuidados na rotina da mulher.  (Ilustração: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

O climatério, período que compreende o antes, o durante e o depois da menopausa, ainda é um tema cercado de desinformação, inclusive porque as mulheres não têm recebido orientações básicas, práticas e eficazes para superar essa fase, que geralmente vai dos 40 aos 65 anos.

Para complicar, a despeito das barreiras naturais, sociais e econômicas, muitas realizam, de forma obsessiva, uma peregrinação em busca de medicações para a “juventude eterna”. Ávidas por produtos miraculosos, que, na verdade, mascaram a realidade, muitas vezes elas podem trilhar um caminho sem volta para a saúde.

Não são poucas as mulheres que descrevem dificuldades para envelhecer de forma produtiva, respeitável e saudável e para passar por esse longo período de transição, repleto de inseguranças, perdas físicas e desvalorizações sociais. Nesse processo inevitável, é necessário que suas queixas não só sejam ouvidas mas passem a ser rastreadas e entendidas com o apoio de profissionais especializados e tecnologias inovadoras.

O acompanhamento médico apropriado durante o climatério permite, muito além das questões hormonais, a prevenção de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade, que são responsáveis pela morte de 72% das pessoas acima de 60 anos, segundo o IBGE.

+ LEIA TAMBÉM: Prejuízos causados por ”chip da beleza” estão chegando aos consultórios

É imprescindível ressaltar a importância do acolhimento das pacientes, uma vez que, ao avaliarmos as queixas clínicas e as oscilações hormonais, acabamos por desvendar muitos mistérios relacionados à saúde feminina, tais como sintomas que são erroneamente atribuídos a outros órgãos (coração, ossos…) e mesmo à psique.

Continua após a publicidade

Dentro desse contexto, devemos ter um olhar cuidadoso para a prevenção, buscando informações confiáveis com os profissionais e tendo cautela com eventuais conteúdos desconexos propagados pelas mídias sociais, alguns deles incentivando o uso de medicações incorretas.

Em primeiro lugar, precisamos sensibilizar a mulher ao autocuidado, fator primordial a um envelhecimento saudável e que engloba alimentação, exercícios, toque e o entendimento do próprio corpo.  Em paralelo, temos que manter em dia as consultas médicas semestrais ou anuais, com foco numa abordagem multidisciplinar.

Um ponto fundamental no climatério é saber quais reposições hormonais o corpo necessita e quando o tratamento deve ser iniciado. O tempo adequado faz a diferença: não pode ser antes nem depois, a fim de evitar desregulamentos e problemas que, fora da janela correta, não terão mais reversão.

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: Atrofia vaginal: um problema que não se limita à idade e tem solução

A importância de uma avaliação total da saúde nessa fase nos levou à criação, em 1979, do primeiro serviço público no mundo a acolher, com uma visão multiprofissional, as mulheres no período do climatério. Um atendimento pelo SUS e vinculado à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.

Até recentemente, havia quem nutrisse uma visão reducionista que desconhecia o fato de que a modulação hormonal pode interagir com diversos aparelhos e sistemas do organismo. A melhor compreensão do fenômeno passou a impor um olhar mais amplo e integral ao atendimento das mulheres no climatério, assim como a necessidade de comunicar o assunto, de forma correta e ao mesmo tempo leve, à sociedade.

É o que procuro fazer no livro Climatério para as Mulheres Modernas (Pandorga), apresentando e explicando questões básicas e queixas comuns dessa fase, sem deixar de contemplar repercussões importantes como as do tecido ósseo – investigadas por exame que avalia a qualidade óssea e o risco de fraturas por osteoporose. Nesse universo, também contamos com novas tecnologias, que hoje permitem, com o apoio de ferramentas como a inteligência artificial, analisar detalhes e processos no nível celular.

Continua após a publicidade

O climatério antecede a idade senil, portanto, quanto mais investirmos em autocuidado, acompanhamento médico e tecnologias nessa fase, mais fácil será identificar e resolver os problemas desde cedo. Esse é um caminho que demanda atualização frequente dos médicos e a conscientização contínua das pacientes.

* Odilon Iannetta é ginecologista, fundador do primeiro serviço público de climatério do mundo, na USP de Ribeirão Preto, onde atuou até 2013, e hoje é diretor médico da clínica Climaterium

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.