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Como controlar a osteoporose e gerenciar sua saúde óssea

Diagnóstico precoce e cuidados diários nos protegem da doença que abala os ossos. Especialista explica o tratamento e as medidas para prevenir fraturas

Por Charlles Heldan, reumatologista*
11 nov 2020, 10h29
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  • A osteoporose é um problema de saúde pública que afeta ao redor de 10 milhões de brasileiros e cuja consequência mais temida são as fraturas. Elas acontecem depois de traumas mínimos, levando a incapacidade, perda de independência e qualidade de vida e aumento do risco de morte.

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    Cerca de um terço dos sobreviventes de uma fratura do quadril dependerá da ajuda de terceiros para tarefas simples, como se vestir ou comer. Além disso, 20 a 30% dos pacientes que sofreram uma fratura de quadril irão falecer em um ano. O cenário é assustador e deve ser o maior alerta para realizarmos o diagnóstico precoce da osteoporose. Quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maiores as chances de sucesso.

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    O controle adequado é fundamental para evitar as fraturas (não só no quadril). Ele inclui mudanças no estilo de vida e o uso de remédios. É importante se exercitar regularmente, manter uma dieta balanceada e rica em cálcio e proteínas, evitar o cigarro e o abuso de álcool e seguir o acompanhamento médico. Logo abaixo vamos destrinchar alguns componentes da prevenção e do tratamento da osteoporose.

    O cálcio

    Pessoas acima dos 50 anos necessitam de 1 200 mg de cálcio por dia. As principais fontes na dieta são o leite e os seus derivados. Cada porção de laticínios — 1 copo de leite de 200 ml, 1 fatia média de queijo de 30 g ou 1 copo de iogurte de 200 ml ou 240 g — contém aproximadamente 300 mg do nutriente. Dessa forma, a ingestão recomendada para os pacientes é de três a quatro porções por dia, dando preferência às opções com baixo teor de gordura.

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    Outra fonte importante são os vegetais verde-escuros. Meio copo de espinafre cozido contém 115 mg, por exemplo. A absorção intestinal do cálcio proveniente das folhas, no entanto, é mais baixa. Uma dieta rica em vegetais oferece apenas 200 a 250 mg por dia. É um ponto a considerar.

    Quando a ingestão de cálcio através da alimentação é insuficiente e não é possível corrigir isso na própria dieta, podemos utilizar suplementos. Eles são seguros, mas devem ser consumidos sob orientação profissional.

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    A vitamina D

    Ela é fundamental para o organismo absorver o cálcio no intestino. Também ajuda no funcionamento adequado dos músculos, o que diminui o risco de quedas. A maior parte da vitamina D é produzida na pele sob o efeito da radiação solar, mas, à medida que envelhecemos, perdemos progressivamente essa capacidade.

    A deficiência dessa vitamina é frequente no mundo todo. No Brasil, estudos revelam que metade das mulheres na menopausa apresenta níveis baixos de vitamina D. Nesses casos, a suplementação é recomendada, sempre prescrita por um médico, pois o excesso pode ser perigoso para a saúde.

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    Os medicamentos para osteoporose

    O cálcio e a vitamina D são fundamentais para a saúde óssea, mas, isolados, eles não tratam a osteoporose em si. Vários medicamentos melhoram a resistência do osso, tanto por aumentar a formação de tecido ósseo como por reduzir sua perda. Os remédios aprovados no Brasil para o tratamento da osteoporose incluem bisfosfonatos (alendronato, risedronato, ibandronato e ácido zoledrônico), terapia de reposição hormonal, raloxifeno, denosumabe e teriparatida. Podemos resumir o arsenal terapêutico assim:

    Medicamentos antirreabsortivos

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    Medicamentos anabólicos

    Embora bastante eficientes para reduzir o risco de fraturas, os medicamentos não curam a osteoporose. Assim, o tratamento precisa ser seguido por longos períodos, com orientação e acompanhamento médico. Reconhecendo as particularidades de cada paciente, sua história clínica e as doenças concomitantes, a estratégia terapêutica deve ser
    individualizada.

    Em tempos de pandemia

    No cenário atual da Covid-19, convém enfatizar que o tratamento da osteoporose não aumenta o risco de contrair o novo coronavírus nem de complicações. Portanto, não deve ser interrompido — e isso se estende à suplementação de cálcio e vitamina D.

    Os pacientes precisam estar atentos e buscar orientação para a manutenção do tratamento. Lembre-se: o diagnóstico precoce e a terapia correta garantem bem-estar, independência e mobilidade para curtir o melhor da vida.

    * Charlles Heldan é reumatologista, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso) e professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

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