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O risco dos fones de ouvido e uma regra simples para proteger a audição

Uso inadequado de dispositivos do gênero, com volume alto e por longos períodos, pode levar à gradativa perda auditiva, inclusive entre os jovens

Por Sidney Klajner
12 set 2025, 13h08
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Audição pode ser prejudicada pelo uso exagerado de fones de ouvido (Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital)
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Os fones de ouvido tornaram-se acessórios comuns do cotidiano, particularmente após a pandemia, quando o trabalho remoto, os estudos on-line e o entretenimento digital entraram na rotina de adultos, adolescentes e até crianças.

Trata-se de um fenômeno comportamental contemporâneo que, sob a face prática e “descolada”, esconde um sério perigo: quando usados por longos períodos e em volumes elevados colocam em risco a saúde auditiva.

O uso inadequado desses aparelhos tem contribuído para o aumento de casos de perda auditiva induzida por ruído, uma ocorrência cada vez mais comum entre os mais jovens. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,1 bilhão de pessoas entre 12 e 35 anos têm risco de perda auditiva devido à exposição prolongada e excessiva a sons altos.

O impacto que isso causa no sistema auditivo é multifatorial. De acordo com a Dra. Fernanda Haddad, otorrinolaringologista e médica do sono do Einstein, os fones emitem o som diretamente nos ouvidos e, a depender da intensidade e do tempo de exposição, podem ocasionar danos mecânicos diretos, inflamatórios e/ou vasculares com consequente impacto ao sistema auditivo.

A situação é agravada pelo fato de a pessoa, muitas vezes, não perceber o problema, uma vez que os sons mais afetados pela perda inicialmente são os agudos, menos usados na conversação diária.

A lesão vai se instalando gradativamente e, quando os sintomas se tornam perceptíveis — como zumbido, tontura, irritabilidade e dificuldade auditiva —, o dano pode já não ter mais volta.

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Tratamento clínico, como o uso de corticoides, pode ser tentado quando o paciente percebe a exposição excessiva e o diagnóstico é feito precocemente. Mas, mesmo nesses casos, muitas vezes a perda auditiva é irreversível. Por isso, o melhor a fazer é investir na prevenção.

Como se cuidar e qual o fone de ouvido mais seguro

A OMS recomenda a chamada regra “60 por 60”, ou seja, usar os fones com até 60% da potência máxima do aparelho por no máximo 60 minutos e depois fazer uma pausa.

O volume e o tempo de exposição estão diretamente relacionados ao risco de dano auditivo. Sons de até 85 decibéis permitem exposição segura por até 8 horas. Acima disso, o tempo seguro diminui pela metade a cada 5 decibéis (90 decibéis/4 horas, 95 decibéis/2 horas e assim por diante). Como os fones podem atingir até 110 ou 120 decibéis, o risco de lesão auditiva é alto.

O tipo de fone utilizado também tem influência no risco:

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  • Modelos tipo concha: ficam sobre as orelhas, são os mais seguros, pois oferecem melhor isolamento do ruído externo, permitindo o uso em volume mais baixo;
  • Fones intra-auriculares (intracanais): inseridos no ouvido, levam o som para muito perto do tímpano e, sem bom isolamento de ruídos externos, incentivam o aumento do volume;
  • Fones supra-auriculares: ficam apoiados na parte externa do ouvido e deixam o canal auditivo livre. São menos potentes, mas têm a vantagem de manter a percepção do som ambiente. Esses modelos são uma escolha segura para quem pratica atividades ao ar livre ou precisa estar atento ao trânsito.

    É importante observar que as pessoas acumulam exposições sonoras ao longo do dia sem se dar conta. Além do uso dos fones, há som alto em academias, festas, shows, jogos e até ambientes de trabalho compartilhados.

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    O risco é cumulativo: a exposição contínua pode levar à deterioração progressiva da audição e o indivíduo pode demorar para perceber.

    +Leia também: Poluição sonora: um problema do barulho (e de saúde pública)

    Impactos da perda auditiva

    A perda auditiva pode ter reflexos adicionais, com impactos na cognição, memória, aprendizagem e até na saúde mental, com associação a quadros de depressão e irritabilidade.

    Em crianças, a audição é essencial para o desenvolvimento infantil, o desempenho escolar e a vida social. Assim, quando se constata dificuldade de atenção ou aprendizado, é fundamental investigar se há perda auditiva.

    Proteger a audição desde cedo é importante também com vistas ao futuro, pois a perda auditiva da juventude pode se somar a uma possível perda auditiva relacionada ao envelhecimento.

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    Nestes tempos em que fones de ouvido nos acompanham numa diversa gama de atividades do dia a dia, é preciso saber usá-los com segurança para que sejam uma boa companhia e não um companheiro perverso que, aos poucos, vai “furtando” nossa audição.

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