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Alergia alimentar pode causar rinite?

Não propriamente, mas as reações adversas à comida também se manifestam longe da barriga. Entenda os sintomas e aprenda a diferenciá-los da rinite comum

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 28 abr 2020, 18h11 - Publicado em 23 nov 2017, 16h25
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  • Não são só os ácaros, a poeira e a mudança de clima que entopem o nariz e desencadeiam o que parece ser um episódio de rinite alérgica. Em alguns casos, o que está por trás do nariz escorrendo e dos espirros é, na realidade, uma alergia alimentar desconhecida.

    Isso ocorre porque, quando o corpo do alérgico entra em contato com um agente específico, como o leite ou o ovo, o sistema imune reage exageradamente para tentar se defender do suposto “agressor”. Que é, na verdade, inofensivo.

    Pois bem: esse alarme falso libera tropas de defesa para o corpo todo – por isso a repercussão pode ser geral. “Os sintomas mais comuns são os gastrointestinais, como vômito, diarreia e cólicas, e os da pele”, explica Victor Nudelman, pediatra e alergologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “Mas o indivíduo pode ter coriza, espirro e até tosse e chiados no peito”, completa.

    A situação, vale frisar, não é frequente. “Para se ter ideia, só 8% das manifestações de alergia alimentar são respiratórias”, destaca Ana Paula Moschione Castro, alergista e imunologista do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

    Se pensarmos que 4% da população adulta tem alguma dessas alergias, dá para calcular que um público relativamente pequeno descobrirá por causa das vias aéreas um transtorno do tipo. Já a rinite alérgica, que tem um processo até parecido de resposta imunológica, mas por conta de outros fatores, é bem abrangente – o estudo mais robusto sobre o assunto aponta uma média de 25% de acometidos no Brasil.

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    Como saber se foi a comida

    Fique atento ao horário do acesso de tosse ou da espirradeira. “As alergias alimentares do tipo IgE mediadas, como a do leite de vaca e do ovo, manifestam sintomas até duas horas depois da ingestão do alimento”, aponta Ana Paula.

    Se o intervalo confere, é preciso fazer uma investigação para saber qual ingrediente será limado do cardápio. Além da proteína do leite e do ovo, que são os gatilhos mais comuns do Brasil, outros itens desencadeiam reações, como amendoim e demais oleaginosas, camarão, trigo e soja.

    “Com a chegada de mais produtos importados que não comíamos antes, podem-se descobrir ainda novos alergênicos, como o gergelim e o kiwi”, comenta a médica. Na dúvida, melhor procurar um especialista para determinar a causa do incômodo.

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    Se a pessoa já sabe que é alérgica e percebe que, fora inchaço, pele vermelha e coceira, algo está errado com a respiração, melhor ficar especialmente atento. “Esses sintomas estão relacionados com a gravidade da crise e podem caracterizar o princípio de uma anafilaxia, quadro que exige atendimento imediato”, diferencia Ana Paula.

    E a intolerância à lactose?

    Primeiro, vale reforçar que alergia à proteína do leite e intolerância à lactose são problemas distintos. A primeira provoca uma reação desmedida das defesas do corpo, enquanto a intolerância é uma dificuldade na digestão da lactose, açúcar presente no leite.

    Até por isso, os transtornos desse último quadro ficam mais restritos ao sistema gastrointestinal. “Alguns estudos tentam relacionar, por exemplo, sinusite à intolerância, mas o elo não está confirmado”, aponta Ana Paula.

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