Aqui, entre falantes da língua portuguesa, noz é o fruto da nogueira (Juglans regia), mas aos adeptos do inglês, a palavra serve para castanhas, avelãs e afins.
É que muita gente se guia pela definição clássica da botânica, ou seja, nuts são sementes comestíveis guardadas em cascas extremamente duras. Em comum, todas também são ricas em gorduras – daí serem da família das oleaginosas.
Mesmo entre as nozes não dá para botar tudo no mesmo saco. Há a noz-pecã, nativa da América do Norte, com formato alongado e textura lisa. Já a noz-macadâmia vem da Austrália, é redondinha, com sabor mais delicado que o de suas primas. Tem até noz-moscada, especiaria da Indonésia que dá seu toque picante aos mais variados pratos.
A nossa estrela, toda enrugada, ficou conhecida no Brasil como noz chilena, porque importamos boa quantidade de lá.
No resto do mundo ganhou apelido de noz da Pérsia, o que entrega seu local de origem, em uma área entre a Ásia e a Europa. A árvore, que alcança 25 metros de altura, fornece madeira valiosa, muito requisitada para a fabricação de móveis.
Atributos engordurados
Outro tesouro da espécie é o arranjo equilibrado de óleos contido em seu fruto, com destaque para os ácidos graxos poli-insaturados, caso do badalado ômega-3.
Tal característica coloca a noz como uma verdadeira amiga do peito. Existem indícios de que essa gordura ajuda a combater inflamações nas paredes das artérias, o que reduz o risco da formação de placas.
Além da gordura, o alimento oferece magnésio, mais um aliado do coração. O mineral colabora para a vasodilatação, favorece a circulação do sangue e atua no combate à hipertensão arterial. Tem se mostrado ainda indispensável para a saúde mental, por ser um dos guardiões de estruturas relacionadas ao humor e à cognição.
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Arrasa na culinária
Não bastasse tamanha riqueza, a noz faz bonito na cozinha. Torna as saladas de folhas mais crocantes e acompanha carnes e massas em forma de molhos – um dos mais famosos é o pesto (que também leva manjericão e azeite).
A noz também enriquece o arroz, os risotos e os mais variados pães.
Marca presença entre petiscos, onde combina especialmente com queijos fortes, como o gorgonzola, e com os de sabor mais sutil.
Fica perfeita salpicada em frutas e sorvetes e compõe a granola do café da manhã.
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Mas um capítulo à parte é sua participação em sobremesas tradicionais, caso do strudel. Nessa delícia, as nozes junto de passas e, claro, das maçãs, recheiam a massa folhada finíssima, tão popular nas casas austríacas e alemãs.
Outro doce famoso, apreciado em festas de bodas e tantas celebrações, é o camafeu. Seu formato delicado, inspirado em um tipo de broche antigo, embeleza muitas mesas.
Seja em tortas, bolos, biscoitos, pudins, a oleaginosa casa muito bem com cristaizinhos de açúcar.
A música para essa coluna tem a ver com o utensílio indispensável para usufruir de tantos predicados. Vem do ballet O Quebra-nozes, do compositor russo Tchaikovsky (1840-1893), que colocou fadas açucaradas nas pontas dos pés, em verdadeiro encantamento.